Um grupo de pesquisadores brasileiros da rede “Nós APS Brasil” vai compartilhar os resultados na Harvard University, nos EUA, de amanhã até o dia 25 de março. Entre eles, representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Ceará, da Universidade Federal do Ceará (UFC), da Universidade Estadual do Ceará, da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), da Universidade Regional do Cariri (URCA) e da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (SESA).
A pesquisa, intitulada “Effect of Covid-19 and Violence on the Work Process and Mental Health of Community Agents in Brazil” (Efeito da Covid-19 e da Violência no Processo de Trabalho e Saúde Mental de Agentes Comunitários no Brasil), teve início em 2019 e oferece uma análise sobre os impactos da violência urbana e da pandemia de Covid-19 nos processos de trabalho e na saúde mental dos agentes comunitários de saúde (ACS). Foi realizada em oito municípios nordestinos (quatro capitais: Fortaleza, Teresina, João Pessoa e Recife; e quatro cidades do interior do Ceará: Sobral, Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha).
Os dados coletados revelam uma correlação entre a incidência de violência urbana e a capacidade dos ACS de desempenhar suas funções, inclusive no contexto da pandemia. Quanto maior a violência, menor a eficácia desses profissionais e maior o impacto em sua saúde mental. Regiões mais vulneráveis são as mais afetadas, experimentando uma redução nos serviços de saúde oferecidos devido à violência urbana.
A pesquisa, financiada pela Fundação Lemann/Universidade de Harvard, Fiocruz e Funcap, é coordenada pela professora-doutora Anya Pimentel Fernandes Gomes Vieira-Meyer, da Fiocruz Ceará, atualmente pesquisadora visitante na Harvard University.
“Os efeitos dessa violência que limita o pleno exercício das atividades dos agentes de saúde têm repercussão inclusive na parcela idosa da população. Eles adoecem mais, têm mais dificuldades em acessar as unidades de saúde, as visitas domiciliares tanto de agentes de saúde como de profissionais de nível superior (médicos, enfermeiros etc.) têm menor frequência e têm menor duração”, destaca a professora Anya de acordo com o estudo realizado na Região do Cariri cearense.
Caravana
Durante sua estadia em Harvard, os pesquisadores brasileiros serão recebidos pelas professoras Anya Vieira-Meyer, Aisha Yousafzai e Márcia Castro, com uma agenda produtiva de eventos, visitas e encontros com renomados acadêmicos americanos da Escola de Saúde Pública T. Chan, do Centro David Rockfeller para Estudos Latino-Americanos (DRCLAS), e do programa Takemi fellowship, entre outros.
Entre os pesquisadores brasileiros que participarão desse evento estão Alice Maria Correia Pequeno (SESA), professora-doutora Ana Patrícia Pereira Morais (UECE), professor-doutor André Luiz Sá de Oliveira (Fiocruz PE), professora-doutora Maria de Fátima Antero Sousa Machado (Fiocruz CE/URCA), Professora-doutora Maria Socorro de Araújo Dias (UVA), professora-doutora Maristela Inês Osawa Vasconcelos (UVA), professora-doutora Regina Glaucia Lucena Aguiar Ferreira (UFC) e professor-doutor Sidney Feitoza Farias (Fiocruz PE).
Grupo Nós APS Brasil
A rede Nós APS Brasil é formada por pesquisadores da Atenção Primária à Saúde no Brasil. Foi construída em 2019 a partir do encontro de pesquisadores de duas redes de pesquisa pré-existentes: a Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família (RENASF) e a Rede Fiocruz Nordeste, entendendo como objetivo em comum o aprofundamento dos conhecimentos na área da atenção primária, mais especificamente, dos atores envolvidos na Estratégia de Saúde da Família, através de avaliação dos desafios encontrados e proposição de caminhos para seus enfrentamentos.
SERVIÇO
*Grupo NósAPSBrasil: https://ceara.fiocruz.br/nosapsbrasil/
YouTube @nosaps
*Assessoria de imprensa Renasf/Fiocruz Ceará: Camila Albuquerque (85) 99704-3935.