A disparidade técnica entre Fortaleza e CRB é maior que a folha de pagamento entre os dois clubes. A vantagem conquistada pelo time cearense no primeiro jogo era maior ainda. A experiência individual de cada jogador pode ser contada na história de Davi e Golias, com uma bola no lugar da pedra. Enquanto o CRB disputa a Série B do Campeonato Brasileiro e se encontra a um ponto da zona de rebaixamento, o Fortaleza faz uma campanha invicta no Brasileirão e conseguiu classificação direta às oitavas de final da Sul-Americana.
Mas nada dessa superioridade evitou o massacre imposto em campo pelo CRB, na tarde deste domingo (9), no estádio Rei Pelé, no segundo jogo da decisão da Copa do Nordeste. Para chegar ao primeiro título da competição, o time alagoano teria que tirar a vantagem de dois gols e ainda vencer nas cobranças de pênalti. Quisera uma goleada alagoana para evitar o que estaria por vir… a pressão de uma decisão por pênaltis.
Mas se a retirada da vantagem de dois gols representava apenas 16% de chances, segundo sites de apostas online, uma goleada do CRB seria improvável.
E foi isso o que quase ocorreu. Com 62% de posse de bola, o time alagoano chegou ao gol do Fortaleza por 16 vezes, com sete finalizações. Já o Leão chegou apenas cinco vezes ao gol do CRB, com duas finalizações.
A vitória por 2 a 0 consagrava o atacante João Neto, emprestado ao CRB pelo Fluminense, que marcou os dois gols da partida, após entrar no decorrer da segunda etapa. O atacante também converteu a sua cobrança na disputa de pênaltis. Mas o atacante titular e atleta mais experiente do time, Anselmo Ramon, que em abril deste ano recusou proposta do Fortaleza, havia perdido a primeira cobrança, ao chutar a bola por cima do gol.
E foi assim que Pikachu, autor da quinta e última cobrança do Leão, mudou o rumo da final da Copa do Nordeste, que acabara de consagrar o seu novo herói. Lucero, Pedro Rocha, Zé Welisson e Hércules também marcaram para o Fortaleza.
Assim é o futebol… assim é a história dos vencedores.