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“Freire e a educação bancária”

Professor João Teles. Foto: Reprodução

“O apenas engole e aceita do aluno, tira dele a possibilidade de refletir, sobre a realidade que o cerca e, muitas vezes, o oprime”, aponta o professor e historiador João Teles.

Confira:

O professor e sociólogo Rudá Ricci, radicado em Belo Horizonte, compilou algumas ideias do educador Paulo Freire, no Twitter. Freire fala nelas, sobre a educação bancária. Ricci, diz:

“A educação bancária se baseia na convicção que o educando é um copo vazio, incapaz de superar o senso comum, marcado por crenças e crendices. Para superar tal condição, necessitaria da oxigenação, vinda do conhecimento de fora.”

Ou seja, o aluno, digo eu (João), com esse método de ensino, apenas guardaria as ideias, do professor, como se tivesse uma gaveta interna, para isso. Segue o sociólogo Ricci:

“Um conhecimento civilizador, que o prepara para um salto para o mundo produtivo, de progresso pessoal e coletivo. Algo como a civilização, tirando o selvagem de sua inércia.”

E Ricci explica: “O termo bancário se refere ao processo cumulativo, em que o educando, passivo, vai apreendendo o que seu instrutor lhe oferece. Émile Durkheim sugeria a ‘submissão consentida’, do aluno, para aprender a se socializar, subordinação que seria conquistada, pela didática do professor.”

Outra vez, aqui, Ricci fala de paralisia do docente, um ser que apenas recebe a informação, sem ter a função de pensar sobre ela ou de levá-la para o cotidiano, fazendo disso, juízo de valor; medindo ideias, como algo importante, para sua vida.

O professor Ricci prossegue: No livro ‘Pedagogia do Oprimido’, Paulo Freire sustenta que a educação bancária narra a realidade, como algo estático e bem-comportada. A palavra do professor ‘se esvazia da dimensão concreta, que devia ter ou se transforma em palavra oca’, o que impede a crítica do aluno.”

O apenas engole e aceita do aluno, tira dele a possibilidade de refletir, sobre a realidade que o cerca e, muitas vezes, o oprime. Para sair disso, ele teria que tomar pra si, as ideias recebidas e não apenas armazená-las, mas usá-las, para melhoria de seu estilo de vida, de sua qualidade de vida, a partir da realidade cotidiana, devidamente pensada e repensada!

Freire chamaria esse posicionamento do aluno, perante a vida, de atitude política, uma vez que a vida refletida, dá ao sujeito a possibilidade de mudança e de mudança pra melhor. A educação precisa que o professor e o gestor escolar, acreditem da educação transformadora. Sem isso, acabam-se os sonhos e sem eles, não há a crença de futuro melhor! *** João Teles de Aguiar, professor e historiador, integrante do Projeto Confraria de Leitura

João Teles de Aguiar é professor, historiador e integrante do Projeto Confraria de Leitura

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