Nesta quarta-feira, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) lançará o primeiro mapeamento das áreas ocupadas com aquicultura (produção de pescados como peixes e camarões) no estado do Ceará. Segundo o estudo, o território tem 14.603 hectares ocupados pela aquicultura, adianta a assessoria de impensa do órgão.
O relatório técnico foi executado pela Gerência de Estudos e Pesquisas em Meio Ambiente da Funceme e vai colaborar, diretamente, para órgãos como a Secretaria de Pesca e Aquicultura (SPA).
As informações disponíves no estudo poderão ser utilizadas como subsídio para o planejamento do desenvolvimento da aquicultura no Ceará e uma melhor compreensão da distribuição espacial e dos impactos da referida atividade no meio ambiente, principalmente porque a atividade vem se desenvolvendo nos últimos anos de forma crescente, sendo atualmente uma das principais atividades da economia cearense, principalmente no que se refere às exportações.
No mapeamento estão informações sobre a distribuição espacial das áreas ocupadas com aquicultura em 2023 no estado, a partir da análise de dados obtidos com uso de imagens de satélites e aplicação de técnicas de geoprocessamento, ferramentas importantes tanto para a realização um mapeamento atualizado como para o monitoramento das áreas ocupadas com aquicultura.
Resultados iniciais
Com uso das funções de análise espacial disponíveis na plataforma Google Earth Engine, nos softwares QGIS e ArcGIS 10,8, licença disponível na Funceme, foi realizada a quantificação das áreas que foram utilizadas com aquicultura no Ceará no ano passado. Os dados encontram-se organizados por município e por bacia hidrográfica.
Conforme o estudo, o Ceará tem 14.603 hectares ocupados pela aquicultura. Em 2023, a bacia hidrográfica com a maior concentração de áreas ocupadas pela atividade no Ceará foi a Bacia do Baixo Jaguaribe, totalizando 6.807 ha utilizados para essa atividade econômica, o
que equivale aproximadamente 47% das áreas identificadas.
Além disso, as Bacias do Coreaú e Metropolitana também apresentaram áreas significativas destinadas à aquicultura, cada uma com cerca de 1.7 mil hectares, correspondendo a aproximadamente 12% das áreas mapeadas.
Dos 182 municípios cearenses, foram identificados 62 municípios com áreas ocupadas por aquicultura, concentrados principalmente na região costeira e centro-leste.
Os municípios de maior concentração de áreas ocupadas por aquicultura no Ceará são Aracati e Jaguaruana, os quais, juntos, representam 32% de toda a área ocupada no Ceará, totalizando 2.531 hectares e 2.426 hectares, respectivamente. Seguidos de Acaraú e Beberibe, que possuem 1.479 e 1.061 ha destinados a essa atividade econômica.