“São dois campos políticos em disputa pelo projeto do país. Nos municípios maiores, onde se tem uma disputa mais acirrada, é possível que isso se verifique”, disse a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, na tarde desta sexta-feira (12), durante entrevista coletiva na sede do PT do Ceará, sobre uma provável polarização em Fortaleza entre as candidaturas que defendem o projeto da esquerda brasileira e do projeto da direita, esse último na linha do bolsonarismo. Em Fortaleza, os dois projetos são representados pelas pré-candidaturas de Evandro Leitão e André Fernandes, respectivamente.
A dirigente nacional cumprirá agenda no Ceará nos municípios de Caucaia, depois Fortaleza e, neste sábado (13), em Juazeiro do Norte.
Acompanhada dos deputados federais José Airton Cirilo e José Guimarães, esse último o líder do governo Lula na Câmara Federal, Hoffmann não comentou a ausência da também deputada federal Luizianne Lins, que não escondeu sua insatisfação com o processo de escolha da pré-candidatura do PT em Fortaleza, que teve o nome de Evandro Leitão homologado. Mas as duas parlamentares estarão logo mais em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, onde o PT possui o jornalista Waldemir Catanho na condição de pré-candidato a prefeito. Luizianne Lins é coordenadora do programa do governo da pré-candidatura de seu ex-secretário de governo, quando então prefeita de Fortaleza, de 2005 a 2012.
“Gleisi veio para participar dos eventos dos pré-candidatos Evandro Leitão, para prefeito de Fortaleza, Catanho, em Caucaia, e Fernando Santana, em Juazeiro do Norte. É um momento importante para o nosso partido, que demonstra nosso compromisso com o futuro do Ceará”, ressaltou o deputado federal José Airton Cirilo.
Barba, cabelo e bigode
A presidente nacional do PT rebateu a declaração do senador Cid Gomes (PSB), que sugeriu em março uma candidatura em Fortaleza de um partido da aliança, não do PT, que já “tem o governador do Estado. (…) Se for do PSB, ótimo”. O senador apontou ainda que não seria bom para Fortaleza um mesmo partido no comando de Fortaleza, do Ceará e do País.
“O resultado é feito nas urnas, pela eleição do povo. Você coloca os nomes e as pessoas elegem. Então, não há uma construção de hegemonia coordenada. Você tem a articulação política. E se a articulação política dá certo e se os candidatos apresentados são do agrado do povo… se a política está correta, o povo vai prestigiar essa política na urna. É o que a gente tem visto acontecer aqui no Ceará”, avaliou Gleisi Hoffmann.