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“Governador Coca-Cola” – Paulo Henrique Arantes

Paulo Henrique Arantes é jornalista

“Tarcísio de Freitas está a partir de agora rotulado de ‘governador Coca-Cola'”, aponta o jornalista Paulo Henrique Arantes

Confira:

Humildemente, reconhecemos que acertamos ao afirmar, em 8 de setembro último, que Tarcísio de Freitas desenvolvera o funcionamento psíquico defensivo chamado “falso self”. O diagnóstico decorria de suas falas ridículas em cima de um carro de som no 7 de Setembro e de outras atitudes típicas dos acometidos pelo transtorno. Assim explicamos há um mês:

Pela teoria do psicanalista britânico Donald Winnicott, Tarcísio de Freitas desenvolveu o chamado “falso self”, mecanismo pelo qual a pessoa constrói uma fachada irreal de sua verdadeira face para agradar a outros, ocultando o verdadeiro self, seu “eu” autêntico e espontâneo. Esse conceito, aplicado inicialmente a bebês, expandiu-se para pessoas de todas as idades e está ligado à sensação de vazio, futilidade e irrealidade.

– Os atormentados pelo “falso self”, como Tarcísio de Freitas, usam um tom impositivo para compensar inseguranças._ _Apesar da postura rígida, duvidam de si e buscam validação externa para reforçar a imagem. Tendem a rejeitar ideias alheias por medo de parecerem fracos e, então, fazem besteira. Alternam momentos de falsa bravura com crises de ansiedade ou raiva._

Odiento no 7 de Setembro para agradar a alguns, “engraçadinho” agora para, num rompante patético, tentar desanuviar a tensão. Esse é Tarcísio, sempre canhestro, sempre inoportuno, sempre pendular.

O governador de São Paulo demonstra, definitivamente, que o “falso self” veste-o à perfeição. Abstêmio, ele simplesmente comemorou o fato de o metanol não ser usado para falsificar a Coca-Cola, mas apenas bebidas alcoólicas. Piada de mal gosto e desrespeitosa para com as vítimas da intoxicação, bem ao gosto de governantes inertes diante de problemas sobre os quais deveriam se debruçar. O mesmo cometeu Jair Bolsonaro ao lembrar não ser coveiro quando a pandemia matava milhares.

Tarcísio de Freitas está a partir de agora rotulado de “governador Coca-Cola”. Para compreender a alcunha, é preciso retroceder aos anos 1980. Em síntese, ganhavam o apelido de Coca-Cola aqueles que se revelavam “só pressão”, assim como o teor do refrigerante, altamente gasoso mas livre de qualquer valor nutritivo. O termo cabia em pessoas de aparência vistosa, porém superficiais. Apenas espuma, sem substância.

Nos anos 80, ser Coca-Cola significava ter estilo, aparência e discurso de modernidade acompanhado de um enorme vazio conceitual. Também eram chamados de Coca-Cola os produtos da mídia e da publicidade desprovidos de qualquer essência. Nada mais Tarcísio de Freitas.

Paulo Henrique Arantes é jornalista há quase quatro décadas, é autor do livro “Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil”. Editor da newsletter “Noticiário Comentado” (paulohenriquearantes.substack.com)

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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