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“Governo do Ceará desonra herói nacional”

Luciano Cléver é jornalista

“Poucos conhecem a história do marechal Castelo Branco, que participou das duas Grandes Guerras. Voltou como herói na última”, aponta em artigo o jornalista Luciano Cléver. Confira:

Marco do revisionismo ignorante e vingativo foi estabelecido pelo governador do Ceará, Elmano de Freitas. Neste 19 de janeiro de 2024, deu-se início a retirada dos restos mortais do mais ilustre dos cearenses, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que repousavam num mausoléu erguido em homenagem ao ex-presidente. Morador provisório do Palácio do Abolição, o governador gastou o rico dinheiro do povo cearense para satisfazer a si e a seus sequazes, a fim de dar vazão à sanha vingativa que predispõe sua doutrina ideológica.

Pupilo de Luizianne Lins, Elmano de Freitas seguiu a cartilha da Loura. A ex-prefeita rebatizou a Praça 31 de Março, na Praia do Futuro, para homenagear o passado, na Barra do Ceará, com a figura do tenebroso facínora que empresta seu nome ao Cuca Che Guevara, ídolo da esquerda em todo o mundo. São decisões pessoais, fugindo do princípio constitucional da impessoalidade. Com isso, tanto ela como ele ganham os aplausos da esquerda e o repúdio ou a indiferença da sociedade de Fortaleza e dos cearenses.

Poucos conhecem a história do marechal Castelo Branco, que participou das duas Grandes Guerras. Voltou como herói na última, quando esteve à frente da campanha vitoriosa dos brasileiros, muitos cearenses entre eles, na Itália. A Força Expedicionária Brasileira, sob seu comando, impôs vitória aos alemães, na batalha do Monte Castello, na Itália. Estrategista, aplicou o que aprendeu na França e nos Estados Unidos, trazendo os conhecimentos para o Exército Brasileiro. “Castelo deu um chute na bunda dos nazistas na terra dos fascistas” (by Norton Lima Jr).

Para quem imaginava que não havia inteligência no universo militar, Castelo era um intelectual destacado e mantinha relacionamento com celebridades do mundo literário. Quando se deu o acidente aéreo que o matou, na manhã de 18 de julho de 1967, ele vinha de Quixadá, onde fora visitar a amiga e conterrânea Rachel de Queiroz, primeira presença feminina na Academia Brasileira de Letras.

Foi ele quem a apoiou Juscelino Kubitscheck e garantiu a posse na presidência da República diante de um movimento que se colocava contra o mineiro. Juscelino retribuiu a cortesia ao votar no Congresso que elegeu Castelo em 2 de abril de 1964, para dar continuidade ao mandato do renunciante Jânio Quadros. Depois, Juscelino ficou contra o governo de 64 em resposta à escalada autoritária, com a edição de atos institucionais.

Diante de um cenário de escassez, quando o governo se vê forçado a aumentar imposto, com majoração da alíquota de ICMS, e consequente elevação dos preços, quando o governo vai atrás de empréstimos, seria mesmo uma obra prioritária? Quanto custa? Segundo a Secult, o monumento será transformado em homenagem aos abolicionistas, embora já disponha, com muito mais visibilidade, do Centro Cultural Dragão do Mar. Se o governo é tão democrático, por que não realizou uma consulta popular?

Ao que tudo indica, não é uma obra que interesse ao povo, como urgente ou prioridade. A retirada dos restos mortais de Castelo Branco e de sua esposa, Argentina, não é apenas um vilipêndio à memória deles, à reverência aos mortos. Elmano expulsa os inquilinos da sede do poder para saciar sua sede de poder.

Luciano Cléver é jornalista formado pela UFC, em 1988, coordenou o núcleo de comunicação da Caixa por 18 anos, trabalhou como repórter na Gazeta Mercantil, foi secretário de redação no Diário do Nordeste, editor do jornal Expresso do Norte (Sobral), editor do portal do Sistema Paraíso. Está à frente do programa de rádio Café com Cléver, veiculado na rádio Paraíso FM (Sobral) e nas redes sociais (Youtube.com/@cafecomclever). É comentarista na TV União. Cristão, apaixonado por cinema, vinho e xadrez

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Respostas de 2

  1. Repugnante a atitude desse inquilino temporário do Palácio da Abolição.

  2. Essa gentalha não consegue lustrar os coturnos do nosso famoso e herói Castelo Branco.

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