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“Grandes partidas de futebol são capazes de botar fogo nos racistas” – Por Luiz Henrique Campos

Grandes partidas de futebol são capazes de botar fogo nos racistas - Por Luiz Henrique Campos
Grandes partidas de futebol são capazes de botar fogo nos racistas - Por Luiz Henrique Campos

Da Coluna Fora das 4 Linhas, do jornalista Luiz Henrique Campos, nesta segunda-feira:

Grandes partidas de futebol podem gerar efeitos simbólicos de batalhas épicas. Sim, porque para além da questão técnica que se encerra nos 90 minutos, da análise estatística a embasar as falas dos especialistas, grandes jogos de futebol são capazes de transcender a lógica, mobilizar paixões e desfazer crenças e dogmas mais cerrados.

Grandes jogos de futebol se tornam épicos porque não se limitam aos apitos inicial e final de um senhor de preto todo poderoso a ditar regras. Não. Os grandes jogos de futebol se fazem épicos, porque ignoram as regras do que poderia definir um grande jogo. Eles não se limitam a isso. Não se submetem. Não se deixam aprisionar. Os grandes jogos são um retrato do ser humano que se permite.

A conquista da Libertadores pelo Botafogo se insere nesse escopo de transcendência que bem caracteriza as batalhas épicas. Não carece de análise o jogo, mas os significados que dele emanam, antes, durante e depois. O antes, no sentido do time carioca estar ali disputando a final mais importante da América, quando um ano atrás perdeu o título do Brasileiro de forma inesperada. Mas não só por isso. Com o Botafogo na final, a história nos trouxe de volta verdadeiros heróis de nosso futebol, como Garrincha, Jairzinho, Nilton Santos, Didi, Gerson, e muitos outros.

Quanto ao durante, foram 90 minutos em que o time da estrela solitária teve que lidar com reveses a partir do primeiro minuto de cada tempo, criando um estado de dramaticidade incomum, o que fez a equipe estar no limite o jogo todo. Mas nada disso alterou a disposição e o espírito daqueles jogadores. E isso não se explica. Há quem diga que o espírito de Garrincha assumiu a camisa 7 e encarnou em Luiz Henrique. Assim como Junior Batista foi possuído por Jairzinho. Quer saber? Quem sou eu para questionar.

Com relação ao depois, como seria bom se a conquista do Botafogo servisse para despertar algo novo em nosso futebol. Como seria bom que nossos atacantes ao contrário de procurar cair a qualquer contato, se obstinassem em busca do gol, como fez Junior Batista aos 45 minutos do segundo tempo, ou como fez Luiz Henrique durante todo o jogo, sempre honrando a mística da camisa botafoguense. Mas se por enquanto ainda estamos longe disso, pelo menos me permito a um grito de guerra que me veio a mente logo após a conquista de sábado, como forma de externar uma sensação que se soltou na garganta meio aleatória: Botafogo nos racistas.

*Luiz Henrique Campos, 

Jornalista e Colunista do Blog do Eliomar.

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