A greve dos servidores Técnico-Administrativos em Educação (TAE) da Universidade Federal do Ceará vai completar um mês nesta segunda-feira (15). Atualmente, 66 universidades federais e 460 campi de institutos federais estão com suas atividades paralisadas por TAEs.
A categoria reivindica prioritariamente a reestruturação da carreira junto com recomposição salarial, em negociação com o governo federal em mesa específica. Além disso, participa da mesa geral, juntamente com os demais servidores do executivo federal, que pleiteiam reajuste salarial e de auxílios para saúde e alimentação.
Prestes a completar 20 anos, o Plano de Cargos e Carreiras dos Técnicos Administrativos em Educação (PCCTAE) está defasado. Em todo esse tempo não houve nenhuma atualização, medida necessária para acompanhar a modernização dos processos de trabalho dentro das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e a complexidade de novas demandas da sociedade.
O reajuste linear de 9% concedido no ano passado a todo o executivo federal, além de manter as disparidades entre as carreiras, não foi suficiente para compensar as perdas de quase 50% dos TAEs em relação à inflação (referentes ao período de 2016 a 2022, em que os salários ficaram “congelados”). Ou seja, os técnico-administrativos em educação continuam sendo a categoria com a pior remuneração do serviço público federal.
A greve foi o último recurso da categoria, que buscava diálogo com o governo federal desde setembro do ano passado, dois meses após a divulgação do resultado do Brasil Participativo. Nessa plataforma, criada pelo próprio governo federal, a população foi chamada a escolher cinco propostas, entre as já existentes no Plano Plurianual (PPA), para serem tratadas como prioritárias. Como resultado de uma bem sucedida campanha, a proposta de reestruturação do PCCTAE foi a terceira mais votada, sendo a primeira do eixo Educação.
No entanto, mesmo com uma proposta bem estruturada já dentro do PPA e escolhida como prioritária pela população, a reestruturação do PCCTAE foi preterida. Durante o período em que as negociações com o governo não foram sequer iniciadas, outras categorias com remunerações e condições melhores foram contempladas com reestruturação de carreira e/ou reajustes expressivos de até 60%.
Negociação
O governo federal agendou uma reunião a ser realizada no Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) na proxima sexta-feira, às 10 horas. Hora de negociar as demandas exclusivas da categoria dos servidores técnico-administrativos em educação, como a reestruturação do PCCTAE e recomposição salarial.
Greve dos docentes
Nesta segunda-feira, começa a greve dos professores da UFC, UFCA e Uniab. A categoria também luta por reposição salarial.