Com o título “Guerras insanas”, eis artigo de Fátima Vilanova, doutora em Sociologia. Ela aborda os conflitos da Rússia com a Ucrania e de Israel com o Hamas. Confira:
O mundo assiste a duas guerras, em tempo real, a da Rússia contra a Ucrânia, e a dos terroristas do Hamas contra Israel. Não há justificativa plausível para estas guerras e para nenhuma outra. Elas destroem vidas, sonhos e esperanças, e são atestados cruéis de impossibilidade da humanidade avançar rumo à civilidade, se os valores de todos permanecerem os mesmos: egoísmo, sede de poder, ganância e vaidade.
Putin invadiu a Ucrânia movido pelo desejo de restaurar o Império Soviético, destruído pela realidade opressora que o Estado autoritário, centralizador, criou. Com a desculpa de impedir o vizinho de fazer parte da OTAN, ele tratou de invadir, produzindo um rastro de destruição e de mortes. Ele não esperava encontrar resistência, e muito menos deparar-se com a bravura dos ucranianos, e do seu grande líder, presidente Volodymir Zelenski. Putin apostou numa guerra rápida, e definitiva para anexação da Ucrânia, mas não contava, também, com o boicote econômico dos EUA e da União Européia.
O Hamas atacou Israel, sequestrou civis, dificulta a saída de palestinos das regiões de conflito, esconde-se em instalações sob hospitais e túneis, faz de seu povo escudo humano, sob o argumento de estar lutando por um Estado Palestino. Israel, no seu direito de defender-se, exorbita, igualmente, em Gaza, deixando milhares de civis mortos, a população sem água, sem luz, doentes sem possibilidade de atendimento, e não concorda com o estabelecimento de um Estado Palestino. Assiste-se à barbárie, dos dois lados, sem perspectiva de solução negociada.
O mundo está dividido novamente, como na Guerra Fria, levantando um novo Muro, entre as nações. Quem se alinha aos governos autoritários, defende Putin e o Hamas; quem defende o direito de Israel defender-se, respeitando as normas internacionais relativas aos civis numa guerra, e os direitos dos palestinos a um Estado independente, segue os governos democráticos. Mais uma vez, a polarização inútil, por falta de interesse de todos no diálogo, na paz. Mas, como estabelecer a paz se a Rússia invasora se nega a deixar a Ucrânia? O que esperar do Hamas e de seu fundamentalismo religioso, que tudo o que quer é destruir o Estado de Israel? E de Israel, que não aceita um Estado Palestino? Perguntas em busca de respostas. Complicado.
*Fátima Vilanova,
Doutora em Sociologia.
Ver comentários (13)
Fatinha, uma grande escritora, dá gosto de ler seus textos. Parabéns.
Obrigada!
Concordo, Fátima. Quando imaginaríamos viver tudo isso ao mesmo tempo em nossa época, já tão devastada? Ecologicamente, politicamente, socialmente, economicamente? Perguntas para as quais não teremos respostas tão cedo. Infelizmente.
Obrigada!
Prezada Dra Fátima!
Quero expressar meus parabéns pelo seu comentário perspicaz e profundamente reflexivo.
Que seu trabalho continue a inspirar reflexões e ações positivas em prol de um mundo mais justo e pacífico.
Parabéns, Fafá!
Obrigada!
Excelente artigo! Parabéns para Dra. Fátima Vilanova! Ela dá uma grande contribuição à sociedade. Essas guerras, são uma tristeza para a humanidade, o país padece, deixando de existir como uma civilização.
Obrigada!
Texto excelente. Esclarecedor e didático. Parabéns!
Como sempre, a Profa. Fátima Vilanova nos presenteia com um texto brilhante, objetivo e oportuno para a estupidez destes tempos de guerra. Definitivamente, o homem não apreende com seus erros. Só restam as pessoas de bom senso, deixarem suas reflexões como esta que possam nos alertar e conscientizar que nestas situações não há o certo e o errado, só existe perdas, desolação, sobretudo para os inocentes que só desejam tempos de paz!
Obrigada Fátima!!
Obrigada!
Obrigada!
Concordo com tuas ponderações professora Fátima e amiga querida, sua lucidez e clareza dos fatos, assim como seu senso de justiça e civilidade, nos reafirmam a indignação sobre a falta de evolução humana e a luta desenfreada de poder, sobrepondo-se aos valores da paz e da humanização! Obrigada pelo seu pronunciamento, e que Deus nos ajude, um abraço.