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“Há algo na contramão na denúncia da Empresa Vitória sobre o Bora de Graça”

Nicolau Araújo é jornalista

“Bom para qualquer empresário de ônibus é ter dinheiro em caixa, todos os dias, por meio daqueles que podem desembolsar R$ 5 a cada viagem”, aponta o jornalista Nicolau Araújo

Confira:

Bom para qualquer empresário indiferente à responsabilidade social se qualquer atraso em seus contratos com administrações públicas pudesse ser tratado de igual forma na esfera privada.

Se não tem dinheiro, não come no meu restaurante.

Se não pode pagar, não estuda na minha escola.

Se atrasou o plano, não recebe atendimento médico.

Se não tem o valor da passagem, não sobe no meu ônibus…

Pior do que não comer uma boa refeição, não ter um ensino de qualidade, não receber o melhor diagnóstico de saúde ou não poder se deslocar dentro de sua própria cidade é já ter possuído algum desses benefícios e de forma ardilosa perdê-lo para o interesse da mais-valia, do maior lucro.

É o que acontece no momento com o projeto Bora de Graça, quando a empresa Vitória, que detém a concessão em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, se apressou em datar o dia 17 de dezembro próximo para o fim do projeto, ao alegar falta de pagamento por parte da Prefeitura.

Em nenhum momento, a empresa disponibilizou dados de quanto já recebeu nesses três anos e dois meses de Bora de Graça, tampouco dimensionou o percentual que representaria o atraso do pagamento reclamado. Também não buscou discutir em audiência pública na Câmara Municipal o impacto do fim do programa. Sequer procurou o prefeito eleito Naumi Amorim para avaliar soluções de um programa que projetou Caucaia em todo o país como referência na gratuidade do transporte público.

Aliás, em entrevista no fim do ano passado, a um programa na TV Metrópole, Naumi deixou claro que não pretende seguir com o Bora de Graça. Nada mais oportuno se a iniciativa de encerrar o projeto vier da Empresa Vitória. Ainda mais quando responsabilizaria o atual gestor por tamanha perda para a população.

Há algo na contramão na vitimização da Vitória e no descaso de Naumi em ser parte na solução do problema.

Bom para qualquer empresário de ônibus é ter dinheiro em caixa, todos os dias, por meio daqueles que podem desembolsar R$ 5 a cada viagem.

“Esse povo que tem emprego, eles acham ruim. Você não agrada. Você vai agradar aqueles que não tinham dinheiro para pagar mesmo…”, apontou o prefeito eleito e empresário Naumi.

Nicolau Araújo é jornalista pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido

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