Com o título “Humanização na saúde para reduzir custos”, eis artigo de Izabela Parente, Izabela Parente – pós-graduada em Gestión Sanitaria pelo Centro Estudios Financieros – Madri – CEF e Gestão de Saúde pela Fundação Getúlio Vargas e diretora de Atenção à Saúde da Fundação de Apoio à Gestão Integrada em Saúde de Fortaleza (FAGIFOR). Ela aborda os custos da saúde.
Confira:
Quando falamos em saúde, vem de imediato à nossa mente o quanto precisamos investir alto para ter direito a um plano de saúde. Atualmente, somente 51 milhões de pessoas têm plano de saúde no Brasil, segundo dados da Agência de Saúde Suplementar ( janeiro de 2024).
Mas essa realidade pode e deve ser transformada, a partir da área que envolve os planos e seguros privados de assistência médica à saúde, que são regulados e fiscalizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) compostos por operadoras, profissionais e beneficiários.
Por qual motivo isso não acontece? Eles simplesmente não investem em prevenção. Será que não sabem como fazer ou estão relutantes em implementar programas que podem reduzir o faturamento dos hospitais?
Explico :em 2023, a saúde suplementar ultrapassou a estrondosa marca de R$ 110 bilhões, representando 48% de todos os custos assistenciais. Vale salientar que em média 15% das internações são desnecessárias.
É claro que a escalada dos custos assistenciais, especialmente no ambiente hospitalar, é fruto de um modelo de saúde que negligencia programas de saúde e prevenção.
Vale ressaltar que poderá ficar ainda mais grave . O motivo? O envelhecimento da população, a ausência de programas de prevenção e a manutenção do modelo de remuneração atual. Tudo isso pode contribuir para um aumento de mais de 400% nos custos hospitalares nos próximos 10 anos. Quem vai pagar esta conta? Vale uma reflexão profunda sobre isso.
Mas será que as operadoras podem reduzir os custos hospitalares? Cito o que escreveu Patricia Narciso , reconhecida como uma das principais especialistas no mercado de saúde pay per use, em seu artigo publicado no linkedin:
1 ️ – Implantar programas de prevenção para as principais morbidades, como obesidade, diabetes e hipertensão;
2 ️ – Desenvolver e implementar protocolos precificados clínicos e cirúrgicos em parceria com os hospitais.
Mas acrescentaria diante da minha experiência de mais de 20 anos no setor privado, como gestora de hospitais e planos de saúde e, agora no setor público, algo fundamental: Investir nos recursos humanos nas pessoas, faz a diferença em tudo que é prestação de serviço, na saúde principalmente, pois lidamos com a fragilidade das pessoas, quando alguém procura um hospital ela tem uma necessidade.
Diante disso, é necessário que os profissionais da saúde sejam treinados para ter atendimento humanizado , empático, acolhedor. É isso que vai fazer a diferença. A saúde é complexa, tem custo altíssimo e precisa de uma gestão eficiente para fazer mais com menos.
*Izabela Parente, Izabela Parente – pós-graduada em Gestión Sanitaria pelo Centro Estudios Financieros – Madri – CEF e Gestão de Saúde pela Fundação Getúlio Vargas e diretora de Atenção à Saúde da Fundação de Apoio à Gestão Integrada em Saúde de Fortaleza (FAGIFOR).
Ver comentários (3)
Quando um profissional da área da saúde reconhece os abusos na saúde é sinal de que algo pode mudar. Parabéns a Dra.Izabela parente pelo excelente artigo.
Que excelente o artigo da Dr Izabela, maravilhoso!!
Manutenção Preventiva do Corpo Físico é o melhor caminho para reduzir custo e se ter uma Gestão eficiente .
Sociedade precisa estar informada sobre diversos mecanismos e implantar um cultura de Prevenção para todos Brasileiros , uma sugestão é o setor público fazer uma parceria com o privado a nível de atividade física , Musculação , redução de patologias e de custo seriam gigantes somente com essa ação sugerida !!