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Ibama do Ceará realiza a maior apreensão de armadilhas de lagosta da história

Deodato Ramalho éo superintendente do Ibama no Ceará.. Foto: Reprodução

Com apoio do Exército, Marinha, Receita Federal, Polícia Militar e Abin, o Ibama do Ceará conseguiu realizar uma grande apreensão de armadilhas de lagosta. Foi durante uma operação, de combate à pesca ilegal, que ocorreu, nesta manhã de quinta-feira, na costa cearense, mais precisamente na praia de Aranaú, em Acaraú (Litoral Norte).

Segundo o superintendente estadual do Ibama, Deodato Ramalho, comemora essa apreensão, definindo que foi ‘a maior da história”.

Milhares de armadilhas foram encontradas distribuídas em uma área de 15 mil metros quadrados na praia de Aranaú. As marambaias, como são popularmente chamadas, estavam prontos para serem lançados ao mar antes do fim do defeso, período reprodutivo da lagosta durante o qual a captura da espécie é proibida.

O grande aparato para a prática ilegal foi avistado também do espaço, por satélite utilizado pela operação. A estimativa é que, como resultado da operação, cerca de 300 toneladas de lagosta deixem de ser capturadas ilegalmente apenas em 2025.

Fabricadas com uso de diversos materiais, como tambores metálicos, forros de câmaras frias enferrujados, geladeiras descartadas e pneus velhos, as marambaias causam danos severos aos estoques pesqueiros e ao meio ambiente. Seu uso gera captura indiscriminada da lagosta, com tamanhos de exemplares abaixo do permitido, o que compromete a reprodução dos animais e a reposição do estoque para a safra pesqueira do ano seguinte.

Por outro lado, o despejo de tambores metálicos no mar causa uma série de consequências danosas ao meio ambiente e à saúde humana, como a contaminação das águas com produtos como solventes e óleos lubrificantes residuais, dano à vida marinha.

Isso pdoe levar à diminuição da biodiversidade e à extinção de espécies, além da possibilidade da contaminação se espalhar por toda a cadeia alimentar, afetando desde o plâncton até os grandes predadores. Recifes de coral e outros ecossistemas sensíveis podem ser particularmente afetados, com potencial de destruição.

“Oficina’

A área onde estavam depositadas as marambaias a céu aberto também continha uma oficina rudimentar onde os tambores metálicos eram cortados e amassados antes de seguirem para as pilhas de armazenagem. A investigação verificou que, diariamente, os infratores carregavam caminhões e deslocavam esses petrechos para barcos de pescas, para os lançarem ao mar.

Com o término do defeso em 30 de abril, e aberta a temporada de pesca da lagosta, pescadores, por meio de compressores de ar, mergulhariam até as marambaias, capturando todas as lagostas nelas abrigadas.

A prática do mergulho com compressor pode causar morte ou invalidez devido à doença descompressiva – uma embolia gasosa que acomete o mergulhador quanto este retorna rápido demais à superfície.

O uso de marambaias e a pesca com compressor são proibidos por lei, mas o combate a esses tipos de ilícitos encontra obstáculos logísticos para a apreensão e destruição dos materiais
empregados na prática.

DETALHE – O Ibama dará cooletiva às 11horas, em sua sede em Fortaleza, para dar mais detalhes sobre a operação.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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