IFCE registra patente de fórmula para tratar infecções fúngicas

Equipe responsável pela pesquisa. Foto: Divulgação

O campus de Quixadá do Instituto Federal do Ceará (IFCE) depositou oficialmente, no dia 25 de setembro, junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a patente de uma formulação tópica antifúngica inovadora,

A fórmula foi desenvolvida por alunos dos cursos de Química e Engenharia Ambiental.

O projeto, fruto de um edital de iniciação científica, é considerado um marco para a pesquisa e a inovação na região do Sertão Central.

Nova fórmula

A nova formulação tem potencial de se tornar um novo medicamento, combinando o uso do óleo de melaleuca, um produto natural já conhecido por suas propriedades antimicrobianas, com o medicamento fluconazol, tradicionalmente utilizado no tratamento de infecções fúngicas.

O diferencial está na forma como essa mistura é apresentada: uma nanoemulsão, ou seja, uma formulação com partículas minúsculas, quase invisíveis, que permite melhor absorção pela pele e maior eficácia no combate aos fungos.

Além de ter apresentado alguns resultados mais promissores que o medicamento convencional, o novo produto se mostra potencialmente viável no combate a fungos que já apresentam resistência ao fluconazol, algo cada vez mais comum em ambientes hospitalares e em tratamentos prolongados.

Os testes iniciais em laboratório indicam a ação potencializada da nova fórmula, com resultados superiores aos do medicamento usado isoladamente. O diferencial está justamente na apresentação nanoestruturada: partículas microscópicas que aumentam a absorção pela pele, melhoram a ação terapêutica e ampliam os resultados contra fungos resistentes, como Candida albicans e Candida krusei.

Equipe

O estudo foi desenvolvido pelos estudantes Antônio Marcos Oliveira, Fernando Willame, Isabela Lima e Larisse Oliveira, sob a orientação do professor Alexandre Carreira, docente do curso de Química.

O trabalho contou ainda com a colaboração de laboratórios da Universidade Federal do Ceará (UFC) — o Laboratório de Polímeros e Inovação de Materiais (LabPIM) e o Laboratório de Bioprospecção de Moléculas Antimicrobianas (LABIMAN) —, parceiros na realização dos testes de caracterização e atividade antimicrobiana.

Para o professor Alexandre Carreira, a invenção se destaca pelo potencial de impacto social: “Mais uma vez a nanotecnologia tem demonstrado sua importante eficácia em aplicações terapêuticas, sendo muito gratificante poder desenvolver projetos dessa natureza no campus Quixadá”.

A estudante Isabela Lima explica que este projeto proporcionou a ela a oportunidade de participar do desenvolvimento de uma formulação tópica inovadora para o tratamento de fungos. Para ela, “a parceria entre o IFCE e a UFC foi essencial para viabilizar essa pesquisa, e o depósito da patente reforça sua relevância e potencial de impacto. Espero que mais alunos possam vivenciar experiências como essa, que contribuem tanto para a formação acadêmica quanto para o avanço científico”.

“Essa conquista é motivo de orgulho para toda a nossa comunidade acadêmica. Mostra que a educação pública, gratuita e de qualidade forma não apenas profissionais, mas também pesquisadores capazes de gerar soluções reais para os desafios do cotidiano”, destaca o diretor-geral do campus, Alexandre Praxedes.

DETALHE – A expectativa é que, com o registro da patente e com futuros estudos e mais resultados, o projeto possa ser futuramente licenciado por empresas farmacêuticas e chegue ao mercado como uma nova alternativa de tratamento acessível, segura e eficaz para milhões de brasileiros.

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