Inflação x Deflação – por Fabiano Mapurunga

Inflação X deflação

No artigo de hoje, faremos uma visão conceitual sobre os termos “inflação” e “deflação”, para que, todos nós, possamos ter mais subsídios tanto para entendermos tais conceitos, quanto para acompanharmos os acontecimentos, e podermos melhorar nosso poder de percepção sobre as ações que o Governo vem tomando.

Vamos começar sobre o que vem a ser Inflação:

De uma forma bem simplificada, ela representa o aumento dos preços diretos dos bens e serviços. Seu efeito provoca a redução no poder de compra da nossa moeda. Sua medição é feita por alguns índices de preços, dentre os quais o principal é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o qual é utilizado no sistema de metas de inflação. Fizemos um artigo anterior detalhando este índice.

Podemos destacar como causas primárias da inflação:

  • Pressões de demanda;
  • Pressões de custos;
  • Inércia inflacionária;
  • Expectativas de inflação.

A inflação pode ter como consequência, várias incertezas de peso na economia, o que pode desestimular o investimento, tendo como fim, o prejuízo ao crescimento econômico. A própria distorção de preços provoca ineficiências econômicas. Tanto as pessoas, como as firmas podem perder o referencial de preços, o que dificulta o julgamento sobre o que é caro ou barato. Importante salientar que as camadas menos favorecidas da população, por não disporem de mecanismos financeiros que poderiam lhes ajudar a se defender, acabam sofrendo mais diretamente com os efeitos inflacionários.

Outro ponto importante ainda dentro das consequências, é o aumento do custo da dívida pública, pois as taxas da mesma acabam precisando ser compensadas pelo efeito inflacionário, assim como o prémio de risco que serve para compensar as incertezas associadas.

Fonte: Banco Central do Brasil, 2019.

A deflação não é menos indesejável do que a inflação!

É importante saber que o Banco Central canaliza esforços para manter a inflação em níveis mais baixos, não com o objetivo de manter os preços em baixa, mas para que haja uma maior estabilidade nestes, ao longo do tempo, isso para que a população possa ter um planejamento mais coerente. Devemos entender que preços em quedas constantes podem ser um malefício para a economia. Um comercio pode vir a ter graves prejuízos se tiver um lucro menor amanhã, pelo estoque que fez hoje. As famílias e as empresas poderão suprimir suas decisões de consumo e investimento, caso tenham a visão de que os preços poderão ter uma baixa amanhã, isso causaria uma depressão na atividade econômica.

A deflação é um tipo de efeito econômico que se caracteriza pela queda dos preços de bens e serviços. Porém para que esta queda de preço seja considerada como deflação é necessário que sejam cumpridos estes dois requisitos:

  • Precisa ser uma queda generalizada: deve compreender uma grande gama de produtos e serviços.
  • Deve ser contínua e duradoura: um recuo pontual por apenas um ou dois meses, não configura.

Fatores motivadores da deflação:

  • Um dos principais fatores é a disparada no aumento da oferta de bens e serviços, e a não existência de uma demanda que absorva esse aumento;
  • Redução na quantidade de moeda que está circulando na economia. Geralmente quando esse fato ocorre, acaba provocando uma redução no consumo.

Como é medida a deflação?

Sua medição segue as mesmas regras da inflação, ou seja por meio de indicadores que traduzem o comportamento dos itens de consumo. O principal índice é justamente o IPCA, o qual é divulgado mensalmente pelo IBGE.

Outro indicador utilizado para sua medição é o IGP-M, que serve de base para ajustes nos preços de aluguéis.

Espero que tais explicações possam lhes servir de base para suas avaliações sobre nossa economia, de uma maneira mais simples e direta.

Fabiano Mapurunga: Fabiano Mapurunga é Mestre em Administração de Empresas com ênfase em Finanças pela Unifor, Pós-Graduado em Gestão de Negócios pelo INSPER, MBA em Gestão Financeira e Controladoria pela FGV, MBA em Agronegócios pela USP/ Esalq e Graduado em Administração de Empresas pela UFC. Possui experiência de 23 anos na área de Finanças Corporativas. Atualmente trabalha com inovação e consultoria financeira para empresas nacionais, além de se dedicar a novos negócios e investimentos. É professor universitário em cursos de Pós Graduação e autor de vários artigos.

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  • GOSTO DEMAIS DE LER ESSE MATERIAL, PORQUE PODEMOS USAR ATÉ EM NOSSO DIA A DIA FAMILIAR. TENTAR ATÉ EQUILIBRAR NOSSAS DESPESAS MENSAIS, POR MAIS QUE SE SAIBA QUE É MUITO DIFÍCIL.

  • Termos e conceitos usuais do nosso cotidiano, e que estão bem exemplificados e esclarecidos na matétia.

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