Inquérito da Polícia do RS sugere nova situação de racismo contra motoboy

Agressor branco sorri e conversa com militares mulheres, enquanto vítima negra é algemada e presa por militares homens

O indiciamento do motoboy Éverton Henrique Goandete da Silva, por lesão corporal leve e desobediência policial, aponta uma nova situação de racismo contra o trabalhador negro, atingido no pescoço por golpe de canivete pelo aposentado Sérgio Kupstaitis, homem branco e de condição social elevada, conforme imagens em suas redes sociais.

Segundo o inquérito instaurado na área do bairro Rio Branco, em Porto Alegre, o motoboy agrediu o aposentado nas pernas, ao jogar pedras. O inquérito não mencionou legítima defesa do trabalhador surpreendido com golpe de canivete no pescoço, quando se encontrava sentado na calçada, enquanto aguardava um pedido para entrega, no último sábado (17).

Segundo testemunhas que gravaram a agressão de policiais ao motoboy, ignoradas no inquérito, pois sequer foram conduzidas à delegacia, não houve discussão entre a vítima e o agressor, assim como tempo para reação do homem que passou a sangrar no pescoço.

A Brigada Militar, grupamento da Polícia Militar para esse tipo de ocorrência, foi acionada pelo próprio motoboy. Segundo o relato da vítima, os militares se voltaram contra ele, quando o homem branco mostrou que havia sido atingido por uma pedra na perna e apontou o suposto agressor. Mesmo com o sangramento no pescoço visível, de acordo com o relato dos próprios militares, o trabalhador negro foi submetido à abordagem. Diante de uma natural indignação da vítima, que via seu agressor rindo da situação, segundo as imagens viralizadas nas redes sociais e do depoimento do motoboy, os militares passaram a usar a força e da voz de prisão.

O aposentado também foi indiciado por lesão corporal, apesar do ferimento no pescoço que poderia ter levado a vítima à morte. Ele foi conduzido à delegacia em uma outra viatura, ao lado dos policiais.

Já a sindicância da Brigada Militar disse que não houve crime militar ou crime comum (racismo) por parte dos policiais.

(Com Agências)

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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