“Reforma ministerial à vista. Os derrotados, entreguem as cadeiras”, aponta o jornalista Norton Lima Jr.
Confira:
O PT cooptou um monte de político (470 do PSD, 468 do PP e 458 do PDT); lançou mais de mil e trezentos candidatos a prefeito (exatos 1.392 prefeituráveis); torrou milhões (620 milhões do fundo eleitoral); e sabe quantos prefeitos 13-lá-13-cá foram eleitos? Poucos, até agora, apenas 248 das 5.567 prefeituras brasileiras.
O resultado ficou muito abaixo das expectativas. Queriam prefeituras no Sul e no Centro-Oeste, mas tome fumo. Ficaram sem prefeituras em seis estados e passaram batidos nas cidades com mais de 200 mil eleitores. A maioria das prefeituras petistas está no Piauí.
Reforma ministerial à vista. Os derrotados, entreguem as cadeiras. E caso errem a mão, a governabilidade estará comprometida.
Não bastasse o fiasco nas municipais e a operação para abafar tal malogro, os petistas ainda ocupam as colinas e, com fuzis ultrapassados, dobram os joelhos e alugam a garganta para transferir a culpa da cúria partidária para os “pobres de direita”, a classe C.
Chamar os C de “pobre de direita” é debochar da geração mais republicana já formada na história do país. É como reclamar da internet lenta enquanto a casa pega fogo.
Carolinas, melhorem. A apagada Cuba está há quatro dias sem energia elétrica. A Europa perdeu a centralidade. O mundo mudou e a nova rota da seda só o bom Chico Buarque não viu.
A agenda temática das municipais foi pautada nas necessidades da classe C. Só e só.
Os C são a internet generation, formada nas buscas por informação e conhecimento; rebelada contra promessas morais; alheias a idealização publicitária; a narrativas tecnocráticas em planilhas Excel, que ninguém entende ou quer entender.
Questões morais são águas passadas. Antes da internet, bastava instalar uma dicotomia para erguer um sistema filosófico. Mas acabou a mamata. A subjetividade crescente alarga as avenidas para a Consciência.
“Não idealize, mostre-me resultados”, resmungam com um olho nos boletos e outro no cashback. São opiniosos e maleducados; inconscientes estão presos ao fazer pelo fazer fascista; assim como empapados pela quimera das máquinas e do futurismo fascista; também desorientados pela imagens hedonistas propiciadas pela monetização.
São Zé Ruelas saídos das cavernas da barbárie. Carecem de curadoria, de crítica, de orientação. Ignoram o clássico. Estão perdidos e sem Fundamentos, mas quem está orientado nesse mundo caos?
Contudo, bem-vindo seja e toda força a vontade de acessar a memória da biblioteca universal humana. Estamos em plena reviravolta da subjetividade, voltamos a respirar depois da longa asfixia imposta desde o 3º século pelas promessas objetivas da moral ou mal oral ou mal que sai da boca.
É nesse diapasão que as eleições 2026 começaram para acabar de sepultar as ideologias mofadas.
Norton Lima Jr. é jornalista