Categorias: Artigo

“Janeiro Branco: a campanha termina, mas o compromisso com a saúde mental deve continuar”

Antonio Souza é psicólogo

“O Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta desafios como a carência de profissionais, a precarização da mão de obras e a superlotação dos Centros de Atenção Psicossocial”, aponta psicólogo Antonio Souza

Confira:

Encerrada oficialmente mais uma edição da campanha Janeiro Branco, movimento voltado à conscientização sobre a importância da saúde mental. Durante este mês, psicólogos, terapeutas e instituições reforçaram a necessidade de falar sobre o tema, combatendo rótulos indevidos e cobrando políticas públicas eficazes. O cuidado com a mente não pode se restringir a um mês do ano, pois há um alerta diário no crescimento de casos. Trata-se de uma pauta atual, um compromisso coletivo, que parece não preocupar as novas gerações.

É válido destacar que o Brasil ocupa o topo do ranking de transtornos de ansiedade no mundo e está entre os países com os maiores índices de depressão, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Desigualdades sociais e as pressões econômicas agravaram esse cenário, evidenciando ainda mais a fragilidade do acesso aos serviços de saúde. Para muitas famílias, o acompanhamento psicológico e psiquiátrico ainda é um desafio.

O Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta desafios como a carência de profissionais, a precarização da mão de obras e a superlotação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Além disso, em muitas cidades do interior do Estado ainda não há psicólogos na atenção primária, o que impede uma abordagem preventiva e faz com que muitos casos evoluam para situações graves. A solução passa pelo fortalecimento dessas estruturas e pela ampliação de políticas que garantam um atendimento efetivo a qualquer tempo.

A sociedade deve manter o tema vivo independente do ano, estimulando ambientes de trabalho mais saudáveis, promovendo educação emocional nas escolas e combatendo o preconceito. Como já dizia Sigmund Freud: “As emoções reprimidas nunca morrem. Elas são enterradas vivas e voltam mais tarde de formas piores.” Minimizar a saúde mental não apenas agrava os sofrimentos, mas também gera impactos sociais que poderiam ser suavizados com uma abordagem preventiva.

Que o Janeiro Branco não signifique o fim do compromisso com essa causa. O mês pode mudar, mas a urgência de cuidar da mente permanece. Que governos, instituições e indivíduos sigam olhando para a saúde mental como prioridade, não como um tema passageiro de início de ano. Porque falar, acolher e investir nesse problema não deve ser apenas uma campanha, mas sim um dever de todos.

Antonio Souza (@aspsicologo) é psicólogo, palestrante e mentor

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

Esse website utiliza cookies.

Leia mais