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“Legados, Planos e Bênçãos”

Maurício Filizola é empresário e diretor do Sincofarma/CE

Com o título “Legados, Planos e Bênçãos”, eis artigo de Maurício Filizola, empresário e diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Ele aborda homenagem, em clima de reportagem, que ganhou como empreendedor.

Confira:

Semana passada tive a honra de ser homenageado pelo jornal O Povo, matéria magistralmente conduzida pela Jornalista Carol Kossling e seu Time que contou histórias de minha trajetória como empresário, numa série intitulada de Projeto Legados.

Confesso que tenho sido vigilante em minha vida para não me deixar entorpecer pela vaidade. Mas também assumo que a gente vive para isso: para deixar um legado. E tê-lo reconhecido em vida é uma grande satisfação.

É que, como perseguimos a imortalidade, mesmo cientes da nossa finitude, é o nosso legado – não os de riqueza, mas os de feitos, os de boas ações – que nos preservará nesta Terra. Afinal de contas, os homens passam, e as suas obras, ficam.

Após publicada a matéria, foi que pude refletir como a nossa vida é um emaranhado de atos que se desencadeiam, ora respeitando uma lógica, ora sem lógica nenhuma. Uns a gente programa, projeta, planeja. Outros, pertencem ao imponderável, e podem até alterar nosso planos. Senão, vejamos…

Como gente, eu poderia nem mesmo ter existido, caso meu pai, que estava prometido para casar com uma prima, não tivesse quebrado a tradição, subvertido a ordem, transgredido a regra, pulado literalmente a cerca e se apaixonado por minha mãe, num tórrido caso de amor, com direito a lua de mel no Piauí, onde nasci.

Como farmacêutico, talvez eu não tivesse despertado para a nobre arte se, já em São Benedito, eu não tivesse morado em frente à farmácia do seu Zé Inácio, homem gentil que, quando eu ralava o joelho jogando bola, acalentava a tortura do terrível Merthiolate com seus balsâmicos e anestésicos sopros suaves no local ferido, numa lição de cuidado que me influenciaria, mais tarde, na hora de escolher minha profissão.

Como empreendedor, talvez eu não tivesse desenvolvido a sagacidade necessária se não fossem as condições financeiras adversas, o desejo de mudar de vida e a criativa ideia de comprar, fiado, um saco de arroz de 60 kg, às sextas, e vendê-lo mais caro, no varejo, aos sábados, lucrando, pagando o fornecedor e reinvestindo o apurado.

Já adulto, já empresário, já farmacêutico eu talvez não tivesse a mesma felicidade – e, quiçá, a mesma prosperidade – se Laurinha, uma também farmacêutica, uma também sonhadora, uma também entusiasta da vida, não me tivesse cruzado o caminho, e se juntado a mim nesta jornada carnal, espiritual e, também, profissional.

Se, como diria o escritor norte-americano Allen Saunders, a vida é aquilo que acontece enquanto a gente faz outros planos, acho que construí um bom legado.

Tanto no que foi meticulosamente planejado quanto no que foi abençoadamente concedido.

Gratidão.

Maurício Filizola

Empresário e diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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