“A culpa é do Sarto ficou na campanha”, aponta o jornalista Norton Lima Jr
Confira:
O prefeito de Fortaleza Evandro Leitão afirmou que a dívida herdada da gestão do ex-prefeito Sarto a ser quitada em 2025 gira em torno de R$ 2 bilhões — 1 bilhão em empréstimos mais 1 bilhão em restos a pagar (ainda não identificados) referentes a 2024.
A culpa é do Sarto ficou na campanha. Daqui pra frente a culpa será do Leitão, que começou mal, começou chutando. Candidato pode chutar, prefeito não. Tem que ser exato, preciso, transparente, caso a meta for a conquista da credibilidade.
Tapar o sol com uma peneira é besteira em uma cidade rachada. São vícios da era da comunicação de massa, quando havia apenas um canal emissor com monopólio da fala, acreditar que um prefeito tem poder nominalista de decretar como a realidade deve ser percebida.
Leitão tentou vender gato por lebre. Apresentou o passivo sem falar do ativo. Em 2021 a receita total estimada da prefeitura de Fortaleza foi de 9,9 bilhões; em 2022 continuou em 9,9 bilhões; em 2023 passou para 10,7 bilhões; em 2024 saltou para 13,1 bilhões; e para 2025 está estimada em 14,7 bilhões.
A culpa do Sarto foi conseguir esconder que as receitas da prefeitura de Fortaleza subiram do patamar de 10 para 15 bilhões.
Leitão derrapa ao imaginar que vai conseguir passar o passivo das despesas correntes por rombo. Não há ícones para ilustrar a alegada herança maldita. Os salários, por exemplo, estão em dia. Apresentar como ícone “do rombo” o déficit anual crônico do IJF é desonestidade intelectual.
Leitão poderia (e teve tempo pra isso) apresentar o mapa do superfaturamento, dos serviços em duplicidade, do desperdício, do empreguismo. Mas não o fez nem foi cobrado pela praga do jornalismo de mentira que assola o Ceará.
Mas a cereja deste desfile de incongruências está no anúncio de mais um empréstimo de 1 bilhão. Que prefeitura arrombada é essa que tem crédito para tomar 1 bilhão na praça?
Os ativos aumentaram nos últimos anos. A realidade financeira da prefeitura de Fortaleza é outra. Tem pouca importância um passivo frouxo de 1 bilhão (ou 2 bilhões) diante de um ativo 50% maior em relação ao orçamento de 2021.
A seguir esse ritmo, nos quatro anos, Leitão terá mais de 60 bilhões para cobrir o alegado rombo de 2 bilhões. O resto é Choró-ró-ró.
E por falar nisso: por que escondem o Júnior Menezes ou Junior Castro, o provável todo-poderoso do Paço do Leitão, ex-prefeito que iniciou o ciclo político vitorioso que culminou na derrota do foragido Bebeto de Choró? Pau que nasce torto nunca se emenda…
Norton Lima Jr é jornalista
Ver comentários (1)
Amigo Eliomar, tenha mais critério com aqueles a quem você dá espaço. Sei que a informação deve ser sem preconceito, mas o nível tá muito baixo ultimamente.
O autor do artigo está confundindo os municípios de Choró e Chorozinho. O tal Bebeto é de Choró, e o Júnior Castro de Chorozinho. Erro grosseiro.