A deputada federal Luizianne Lins (PT) deu entrada, nesta quarta-feira, numa representação junto à Procuradoria-Geral Eleitoral do Ministério Público Federal e à Polícia Federal pedindo investigação sobre possíveis ilegalidades cometidas durante o II Seminário Nacional de Comunicação do PL, realizado em 30 de maio, em Fortaleza.
O evento — que contou com a participação de Jair Bolsonaro, parlamentares do Partido Liberal e representantes das empresas Meta, Google e CapCut — teve como foco o treinamento de militantes políticos com técnicas digitais avançadas voltadas para atuação eleitoral. O seminário incluiu oficinas sobre impulsionamento via WhatsApp Business, automação com inteligência artificial e uso de deepfakes de áudio para mobilização política e ataques a adversários.
“Estamos diante de um caso grave de possível transferência de know-how técnico de empresas privadas para um único partido político, com indícios de favorecimento eleitoral e manipulação em larga escala”, denuncia Luizianne. Para a deputada, o treinamento estratégico a militantes do PL pode representar uma ameaça à isonomia eleitoral e à legitimidade do processo democrático.
A representação pede ao Ministério Público a abertura de investigação, requisição de documentos e eventual ajuizamento de medidas cautelares para impedir que novas ações semelhantes ocorram antes das eleições de 2026. Também solicita esclarecimentos das empresas envolvidas e análise de possível doação ilegal de bens e serviços, prática vedada pela legislação eleitoral.