“Mauro Filho não tem o meu voto, mas tem o meu respeito” – Por Nicolau Araújo

Nicolau Araújo é jornalista

“Não seria a obrigação do governo uma política de geração de emprego e renda, ao invés de conduzir a população a um empréstimo bancário?”, aponta o jornalista Nicolau Araújo

Confira:

Soubesse o deputado federal Mauro Filho do benefício que teria com o rompimento dos irmãos Ferreira Gomes, há muito já teria iniciado a “carreira solo”, sem a necessidade de um “alinhamento político” do grupo. A exemplo de Leônidas Cristino e Idilvan Alencar, Maurinho, como é chamado no grupo, aguardava a melhor construção do discurso, assim como um direcionamento.

Com o rompimento dos irmãos Ciro e Cid, os federais ficaram meio que “soltos” em seus mandatos. Idilvan virou secretário em Fortaleza. Leônidas segue aguardando comandos. Mauro Filho começou a mostrar o seu melhor.

É de Maurinho a grita contra a manobra dos bancos em botar a mão no salário do trabalhador para saldar dívidas que assim as entidades financeiras julgam por direito. Também é do deputado Mauro Filho o alarde do uso do FGTS, por parte dos bancos, para também saldar dívidas.

Agora, o deputado federal cearense, economista com doutorado pela Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, aponta o inconsequente aumento da taxa de juros para 15%, a maior em praticamente duas décadas, sendo também a maior taxa de juros real do mundo, essa última a que excede a variação da inflação.

Para quem reproduz o discurso da elite financeira que ninguém é obrigado a contrair empréstimo bancário, eis uma simplória explicação:

“A família costumava consumir no café da manhã um litro de leite, uma garrafa de café, pães, ovos e queijo. Bem alimentada, seguia sua rotina diária.

Mas, eis que bancos, financiadores de campanhas eleitorais, reclamam com o governo sobre a falta de empréstimos. E sugere taxar o leite.

A família, então, passou a consumir café, pão e ovo.

Diante da pouca procura por empréstimos, bancos sugerem taxar o trigo, depois o café e, por fim, a ração utilizada pelas granjas.

A família, assim, decide por empréstimo para consumir o que já tinha antes em sua mesa”.

A expectativa sobre Maurinho recai no momento para uma explicação, não simplória, sobre a comemoração do governo em conseguir empréstimo consignado para trabalhadores CLT e agora estendido a motoristas de aplicativos.

Não seria a obrigação do governo uma política de geração de emprego e renda, ao invés de conduzir a população a um empréstimo bancário?

Mauro Filho não tem o meu voto por situações diversas, mas segue com o meu respeito…

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