Médica aponta o que é mito e o que é verdade sobre “canetas emagrecedoras”

Ivana Melo é médica endocrinologista. (Foto: Divulgação)

Para a médica endocrinologista Ivana Melo, o uso da expressão “caneta emagrecedora” não é o mais apropriado, pois “cria a ilusão que qualquer pessoa que queira fazer uso possa utilizar”.

“Na realidade, é um medicamento para o tratamento da obesidade, que tem indicações. Há um grupo de pacientes com obesidade ou sobrepeso e algum outro problema de saúde associado à obesidade que também pode fazer uso. Então, acredito que (caneta emagrecedora) seja um termo a ser evitado para não gerar falsa interpretação acerca da finalidade”, apontou a endocrinologista e professora na Afya Fortaleza, líder em graduação médica, com 37 faculdades no país.

Confira o que diz Ivana Melo sobre o medicamento:

As canetas foram criadas para ajudar a perder peso?
“Mito. Esses medicamentos foram inicialmente desenvolvidos para o tratamento da diabetes tipo 2. Foi percebido que provocavam uma perda significativa de peso, o que levou ao uso no tratamento da obesidade. Hoje, já existem estudos que comprovam a eficácia na redução de peso, inclusive, em pessoas sem diabetes”.

Essas canetas realmente funcionam para emagrecer?
“Verdade. Essas medicações atuam em hormônios produzidos pelo intestino que influenciam no controle da saciação e da glicose, sendo sua principal ação na perda de peso”.

É necessário fazer dieta e exercício durante o uso?
“Verdade. As medicações agem, principalmente, controlando a saciação e, assim, ajudando a aderir as mudanças de estilo de vida como a reeducação alimentar. Além disso, os exercícios, principalmente os resistidos, como musculação, ajudam na manutenção da massa muscular. Esses dois fatores são fundamentais para manutenção do peso perdido a longo prazo”.

Canetas emagrecedoras são seguras para qualquer pessoa?
“Mito. Esses medicamentos devem ser usados apenas com acompanhamento médico. São medicações recentes e há efeitos colaterais que ainda estão sendo avaliados em pesquisas. Os mais comuns são náuseas, vômito e diarreia. Casos mais graves, como obstrução intestinal e pancreatite, são raros, mas possíveis”.

Essas canetas viciam?
“Mito. Não há evidência científica de que as canetas causem dependência física. No entanto, a busca exagerada por resultados rápidos pode levar ao uso indiscriminado. É um erro acreditar que só a medicação resolverá o problema do peso, sem mudanças no comportamento e nos hábitos de vida. Apesar do entusiasmo em torno dessas medicações, o emagrecimento saudável exige acompanhamento especializado. A glamurização do corpo perfeito é uma armadilha da sociedade, que reforça padrões estéticos muitas vezes inatingíveis. Mais importante do que emagrecer é cuidar da saúde e adotar hábitos sustentáveis”.

Novo produto

Desde a segunda quinzena deste mês, o Brasil passou a contar oficialmente com mais uma caneta injetável para o tratamento da obesidade, a Tirzepatida. Embora recém-aprovado, o medicamento já é conhecido entre brasileiros que buscam alternativas para perder peso. Assim como outras medicações com a mesma finalidade, esse entra na lista de remédios que, embora tenham sido criados para o tratamento da diabetes tipo 2, passaram a ser utilizados, com prescrição médica, para perder peso.
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