“Merece o hype” – Por Mirelle Costa

Médico Maurício Mendes e a obra "O homem não foi feito para ser feliz"

Mais de mil exemplares vendidos em apenas um mês, resenhado em várias publicações especializadas e indicado para leitura coletiva em vários grupos. A obra “O homem não foi feito para ser feliz”, do médico Maurício Mendes, publicada pela editora Mondru, está indo muito bem. O primeiro lançamento foi na Flip (Feira Literária de Paraty) e, de lá pra cá, as participações só aumentam.

Confira um trecho do livro:

“Para quem não é branco, não há alternativa, quem se importa com o avesso da pele? Com o que está além da superfície? O importante é a casca, o mundo das aparências, o acúmulo de patrimônio até o ponto da ecdise, adornando o corpo com notas de dinheiro para se camuflar dos cães farejadores, vigilantes da mobilidade social. É assim, como um espantalho, que um negro pode se libertar. E talvez eu tenha escapado dessa maneira, despercebido entre meus amigos brancos. Fugindo da angústia que me perseguia desde a morte de Josiane, que me espreitava, e, depois de um tempo, deixei de notá-la, como um sotaque peculiar que pouco a pouco nos acostumamos a ouvir e, de repente, nem mais percebemos. Comecei a questionar se essas pessoas, pessoas brancas, tinham perdido o sotaque, ou se eu que havia adotado o delas. Eu não reconhecia mais minha própria voz.”

O personagem Germano, protagonista e narrador, cutuca a sociedade ao admitir preocupação com a sua vestimenta e o seu comportamento para então ser aceito e reconhecido como médico “mais puxado para o pardo”, parafraseando o próprio personagem.

O romance de ficção não é autobiográfico, mas o autor Maurício Mendes conta que se inspirou em muitas situações do seu dia a dia e de tantas histórias ouvidas para retratar temas como racismo, saúde pública, misoginia e sexualidade.

O desconforto como parte da experiência literária é uma provocação necessária para uma possível construção de diálogos acerca de temáticas tão necessárias e, porque não dizer, atuais. “Não escrevi “O homem não foi feito para ser feliz” para agradar, mas para dizer o que precisava ser dito. Quero continuar explorando a linguagem como espaço de fratura, de escuta e de revelação.  Quanto aos sonhos, talvez sejam menos ambiciosos do que parecem. Sonho com tempo para escrever, com leitores atentos, com livros que não sejam apenas consumidos, mas atravessados. Sonho com uma literatura que não se acomode, que não se dobre, que continue dizendo o que incomoda. E, acima de tudo, sonho em continuar merecendo o silêncio necessário para escutar o que ainda não sei dizer”, expõe o médico e escritor Maurício Mendes.

A obra está à venda na livraria Leitura

Um dos já mil e duzentos leitores da obra é meu grande amigo e escritor Rafael Caneca, que fez até uma resenha em vídeo sobre o livro em seu perfil @pacotedetextos.

“Em “O homem não nasceu para ser feliz”, romance de estreia do cearense Maurício Mendes, vemos Germano, um médico recém formado que acha que a felicidade vai bater à sua porta e que o preconceito racial que sofre vai acabar pelo simples fato de haver adquirido o canudo. Ledo engano. Germano é um cara medíocre, que não consegue criar relações afetivas com ninguém. Sua misoginia transparece em vários momentos, o que, na minha leitura, é um traço mais forte do que a questão racial, destacada pelo marketing e pelos da elementos para textuais da obra. Os capítulos, curtos, cujos finais deixam ganchos para o que vem em seguida, são um convite a uma leitura mais rápida – e foi exatamente o que aconteceu comigo. Achei os diálogos e a narrativa bem construídos, sinal de que o texto foi trabalhado com atenção. Sem contar a parte gráfica mesmo do objeto-livro, trabalho mais uma vez primoroso da editora Mondru, que tem se destacado em suas publicações. Ao final, a reflexão que ficou em mim foi como o ser humano nunca está contente com o que tem: está sempre em busca de uma felicidade idealizada e futura, sem, com isso, aproveitar o que tem no presente”, opina o escritor do coletivo Delirantes.

Inclusive, foi o meu amigo Rafael Caneca que falou desse livro pra mim, despertando a minha curiosidade e a vontade de entrevistar o autor.

Se o homem foi ou não feito para ser feliz ou se ele realmente sustenta essa tal felicidade (se nascemos pra suportá-la) eu realmente não sei, mas que vender mais de mil livros em poucas semanas é inesquecível, isso eu posso garantir. “O título do romance já antecipa essa provocação, não se trata de negar a possibilidade de felicidade, mas de questionar sua centralidade como objetivo de vida.  O protagonista Germano não encontra a felicidade e talvez nem a procure de fato. O que ele vive são lampejos de prazer, tentativas de pertencimento e momentos de suspensão, mas tudo isso é atravessado por uma consciência inquieta que não se acomoda. A felicidade, no romance, não é tangível. Ela é uma ideia que escapa, uma promessa que não se cumpre, uma palavra que incomoda mais do que consola. E talvez seja justamente aí que reside sua força: na recusa de oferecer respostas fáceis, na coragem de encarar o vazio sem disfarçar a dor”, reflete Maurício Mendes, escritor e médico nuclear, criador do perfil @finaisdelivros.

Mais de mil exemplares vendidos em apenas um mês

Lançamento de livro em Fortaleza

Relações entre pais e filhos é sempre desafiadora e cada vez mais atrai o interesse das pessoas, ainda bem. O que percebo é que pais desejam ser melhores pros seus filhos do que os seus pais foram pra si, ao mesmo tempo em que estão aprendendo que seus pais fizeram o melhor que puderam e, assim, perdoam os pais e, consequentemente, a si mesmos.

A Psicóloga Neyliane Onofre, especialista em logoterapia, Análise Existencial e Terapia Familiar, lança, no próximo dia 23, o livro: “Filhos Emocionalmente Saudáveis”.

Ela conta que o livro surgiu com sua experiência na profissão e com lições de amor ainda criança.  Cresceu com o pai deixando “bilhetes de amor”. O pai já falecido deixou uma lembrança positiva em todos da família e amigos. “Mostrar amor em gestos simples, como um bilhete carinhoso. Isso ensina, acolhe e conecta você e filhos, é algo que pode transformar a forma como pais e mães desta geração criam seus filhos. Este não é apenas o lançamento de um livro. É um movimento para pais que desejam construir lares fortes, corações seguros e filhos emocionalmente saudáveis”, conta Neyliane Onofre.

O Lançamento do livro “Filhos Emocionalmente Saudáveis” acontece no próximo dia 23 de setembro, às 19h, no Hotel Sonata de Iracema.

Psicóloga Neyliane Onofre lança a obra “Filhos Emocionalmente Saudáveis”
Mirelle Costa: Mirelle Costa e Silva é jornalista, mestre em gestão de negócios e escritora. Atualmente é estrategista na área de comunicação e marketing. Possui experiência como professora na área de jornalismo para tevê e mídias eletrônicas. Já foi apresentadora, produtora, editora e repórter de tevê, além de colunista em jornal impresso. Possui premiações em comunicação, como o Prêmio Gandhi de Comunicação (2021) e Prêmio CBIC de Comunicação (2014). Autora do livro de crônicas Não Preciso ser Fake, lançado na biblioteca pública do Ceará, em 2022. Participou como expositora da Bienal Internacional do Livro no Ceará, em 2022.

Ver comentários (2)

  • O título chama atenção .
    Sua crônica, como sempre muito bem escrita , parabéns!

  • Mirelle, a tua coluna é um referencial muito importante para a literatura. Você sempre traz assuntos que estão vibrando. Na coluna de hoje, as duas matérias mostram bons rumos. O excelente desempenho na pré-venda do Maurício Mendes e a proposta de reflexão da relação pais e filhos pela Neyliane Onofre. Muito bom!

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