Com o título “Milagre de Natal”, eis o artigo da pedagoga Cynthia Rabelo. Confira:
Começo de dezembro, preciso comprar umas coisinhas, com minha filha caçula, vou a um shopping center. Confesso que não é meu programa favorito, mas como gosto de pesquisar preços e ver a qualidade dos objetos que comprarei, um lugar onde há várias lojas e é climatizado, me parece uma boa opção.
Saio de casa usando óculos escuros, dias de forte onda de calor, é preciso se hidratar direitinho e proteger a pele e os olhos.
Ando por algumas lojas ainda com os óculos escuros. Até que encontramos uma colega de minha filha, o que me faz sentir vontade de trocar os óculos escuros, pelos óculos de lentes claras, para mim, olhar nos olhos com quem se fala, é uma forma de demonstrar respeito e atenção. Nessa troca, fico segurando a caixinha com os óculos escuros. Nos despedimos, e sigo com minha filha, para nossas comprinhas.
Entramos em várias lojas, até que, na livraria, percebo que a caixa com os óculos escuros não estão mais em minhas mãos. Minha filha ajuda a procurá-los nas sacolas e na bolsa, mas não estão. Tive a ideia de voltar pelas lojas que havíamos entrado. Primeira, segunda, terceira loja e nada. Minha filha pergunta se realmente havia levado os óculos e sugere que liguemos para casa e para o pai dela, vai que, né?! Ligamos e não estavam, nem no automóvel, nem em casa.
Continuamos nossa busca, quando lembro que havíamos entrado em uma loja de departamentos. Lá chegando, procuro por uma funcionária e explico que perdi os meus óculos escuros, e que provavelmente havia esquecido naquela loja, e se tinha um setor de achados e perdidos. A moça muito educadamente, pede que eu aguarde um pouco, pois se informaria na gerência. Não demorou muito e ela volta, pedindo que eu a acompanhe. No trajeto até o balcão, ela pergunta se eu havia esquecido os óculos no provador. Eu respondo que não, já que nem havia provado roupas. Mas explico que os óculos estavam dentro da caixa, digo a marca e as características, tanto da caixa, como dos óculos.
Chegando no balcão, a moça puxa a caixa dos óculos e confere se é o mesmo que eu havia descrito, confirmado, pede que eu assine um livro, me responsabilizando pelo objeto. Ela também me avisa que as câmeras de segurança estão me observando. Assinei e perguntei onde havia sido encontrado e por quem. Tinha sido encontrado numa “gôndola” próximo ao caixa, por uma moça, que perguntou como fazer para devolvê-lo à dona.
Uma loja de departamentos, mês de dezembro…
Sim, o mundo está cheio de gente honesta.
E, sim, existe milagre de natal!
Cynthia Rabelo é pedagoga, especialista em contação de histórias e atualmente moro em São Luís do Maranhão
Ver comentários (8)
Eu acredito que existe milagre de Natal, ano novo, carnaval, paixão de Cristo, de dia do Trabalhador, de Independência do Brasil, Proclamação da República e etc etc etc.
Acredito que todo dia acontece pequenos milagres. O sol nasce e com ele novas oportunidades de realizarmos milagres e contemplarmos milagres.
Que sejamos milagre na vida de alguém
Parabéns sobrinha
Notícia propícia para a época por ser Natal e porque estamos vivendo momentos de inversão de valores onde a honestidade e considerada coisa de gente tola porque todo mundo só pensa em si
Belíssima lição o que prova que apesar dos pesares ainda existem pessoas honestas não e?
O relato de Cynthia é a expressão de um fato que ocorre frequentemente em todos os espaços de convivência humana.
É bem normal tudo isso. Entretanto não estamos acostumados com esse desfecho porque, como o próprio texto informa, "o mundo está cheio de pessoas honestas", mas a devolução daquilo que se encontra mas não nos pertence, ainda é uma exceção. Desta forma concordo com a sua afirmação que certamente é um milagre de Natal.
Parabéns Cynthia!
Os milagres acontecem a todo momento, porém não são divulgados...
É imperioso que ressaltemos o "bem", e que o "mal" seja ofuscado, para que os milagres cotidianos façam parte da normalidade
Eu acredito nesses pequenos milagres diários. A gente é tão bombardeades de notícias ruins a ponto de desacreditar na ética na humanidade. Mas ela existe/resiste 💖
Parabéns, querida sobrinha! Este artigo inspira outras pessoas a prática da honestidade.
Esses pequenos milagres nos fazem continuar acreditando na humanidade. Muito bom querida Cíntia.
Sim, existem pessoas honestas, milagres acontece e por esses motivos sentimos vontade de continuar…