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Momento modéstia: o que tenho em comum com Caetano Veloso

Moisés Mendes é jornalista e escritor

Caetano Veloso admite ter ficado confuso ao ver uma cópia da prova de interpretação de texto com letras de músicas suas, ‘Alegria, Alegria’, de 1968, e ‘Anjos Tronchos’, de 2021, que apareceram no Enem.

Pois vou dizer agora, com certa modéstia, que eu e Caetano temos esse problema em comum. Se ele quiser, poderemos conversar.

Fui honrado com a escolha de três textos meus apresentados em vestibulares, nos anos 90 ou início de 2000, na UFRGS, na Unijuí (Universidade de Ijuí) e na UFSM (Universidade Federal de Santa Maria).

Confesso que também me atrapalhei, o que é do jogo. No caso da Unijuí, lembro bem quando um dia o grande professor de História Danilo Lazzarotto me telefonou.

Começou a fazer perguntas sobre nerds (sim, falava-se de nerds), tema de um texto do qual ele tinha gostado. Queria saber o que significava isso e aquilo, o que tu quiseste dizer ali, e o que é isso aqui, e assim foi.

Achei interessante a curiosidade dele. Um dia, depois do vestibular, recebi uma cópia da prova com o texto. O professor queria saber, antes, o que dizia o autor.

Na prova da UFRGS, deu azar e uma vírgula, uma só, colocada fora do lugar ao copiarem o meu texto, alterou o sentido de uma parte essencial, que tratava de escravidão. Uma vírgula devastadora.

Do texto da prova da UFSM eu não lembro de detalhes. Na média da interpretação dos meus próprios textos eu tiraria uma nota sete. Não sei quanto Caetano tirou.

NEM ISSO NEM AQUILO

Sergio Moro baixou o pau no Enem por achar que a provas é confusa e “mal redigida”.

E aí, ao invés de escrever Enem, escreveu Enen, com n. Um tuíte mal redigido.

Seria um erro sem gravidade para qualquer um, mas não pra ele, que erra tudo.
E então o deputado Rogério Correia (PT-MG) traduziu o que significa o ‘Enen’ do Moro:

Exame Nacional dos Energúmenos Negacionistas (ENEN).
É a melhor até agora. Estamos esperando o comentário do Dallagnol sobre a provas.

ACIMA DA MÉDIA

Quem não viu, pode ver nos arquivos no Youtube (link no pé desse texto). Ailton Graça disse ontem no Roda Viva o que a média dos artistas tenta dizer, mas nem sempre consegue.

Sobre arte engajada, negritude, liberdades, samba, Carnaval, periferias, militância pelas diferenças e toda forma de ativismo em defesa da democracia.

É um cara superior. Foi impressionante a performance dele em todas as áreas. E com um humor que nos fortalece.

Sobre uma possível participação na política, disse: “Não descarto a ideia”.

Admitiu ser amigo de Lula e deu uma boa gargalhada. Preparem-se.

Moisés Mendes é jornalista e escritor

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