“Na política, será sempre melhor apanhar de cima do que bater de baixo” – Por Luiz Henrique Campos

Ato que instituiu a federação do União Brasil com o PP. Foto: Divulgação

Com o título “Na política, será sempre melhor apanhar de cima do que bater de baixo”, eis a coluna “Fora das 4 Linhas”, desta quinta-feira, assinada pelo jornalkista Luiz Henrique Campos. Ele relembra frase do senador falecido ACM como algo bem atual.

Confira:

Ainda nos primeiros meses do primeiro governo Lula, em 2003, o então senador baiano Antônio Carlos Magalhães descia do púlpito do Senado após ter feito duro discurso de oposição ao novo governo e, ao se encontrar nos degraus com o então senador Aloisio Mercadante, recebeu elogios do petista pela forte e coerente fala, apesar das posições divergentes. O baiano, no entanto, meio desanimado, agradeceu o elogio, mas disse ao petista que na política será sempre melhor apanhar de cima do que bater de baixo.

Esse fato foi contado certa vez por Mercadante e me veio à memória, após ver esta semana a movimentação, em Brasília, por conta da formalização da Federação UPb (União Progressista), que passa a ser a maior bancada da Câmara e uma das maiores do Senado. A União Progressista reunirá 109 deputados federais e 14 senadores, consolidando-se como o maior bloco da Câmara.

Nos Estados e municípios, também se torna força importante, com 12.398 vereadores, 1.335 prefeitos, 186 deputados estaduais, 6 governadores, e 4 vice-governadores. Ao todo, 7 governadores participaram do evento com discursos contra o governo Lula e o STF (Supremo Tribunal Federal). Tudo dentro da normalidade, não fosse a incoerência de controlar atualmente 4 ministérios no governo federal: Turismo, Integração Nacional e Comunicações. Aqui no Ceará, então, é difícil saber se o União Progressista é de oposição ou governo e se não seria melhor tratar como Desunião Progressista.

A partir do que se vê, nota-se como a máxima de Antônio Carlos Magalhães permanece atual, com discursos midiáticos para a plateia, enquanto nos bastidores a conversa é outra. É dessa forma que a classe política vai se desmoralizando e perdendo o respeito, ainda mais agora com as redes sociais e o fervilhão de postar tudo em redes sociais, onde o filtro da institucionalidade não mais existe e, até nas famílias de bem, pais e filhos se dão ao luxo de mandar um entrar para determinados lugares escuros e mal cheirosos como se fosse natural.

*Luiz Henrique Campos

Jornalista e titular da coluna “Fora das 4 Linhas”, do Blogdoeliomar.

COMPARTILHE:
Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram
Email

Uma resposta

  1. Destaco:

    ……….com discursos midiáticos para a plateia, enquanto nos bastidores a conversa é outra. É dessa forma que a classe política vai se desmoralizando e perdendo o respeito……..

    E comento:
    O Governo e os deputados fazem promessas para valorizar servidores, mas na realidade a conversa é outra.
    Há muito promete melhorar o auxílio alimentação mas continua menor que R$ 17,00.
    Muitas bolsas são de valores em torno de 1 salário mínimo para carga horária de 20 horas, mas se o Estado fizer concurso para servidores de nível superior nas Universidades Estaduais o salário é de apenas R$ 1.955,34 para carga horária de 40 horas.
    Desde o final de 2024 prometem melhorias e diversas reuniões foram realizadas.
    A última estava marcada para 08/08, mas foi adiada para 26/08 e assim vão adiando, adiando, adiando.
    Melhorias somente para servidores formadores de opinião que ganham em torno do teto de Ministro do STF.

Mais Notícias