Com o título “Nem palito e nem bengala”, eis mais um contodalavra de Fabrício Moreira, advogado e escritor.
Confira:
Vilfrido Leite Ribeiro, o “França do Picolé”, é uma figura popular em Icó. Seu jeito conversador, o levou a conquistar duas eleições consecutivas para vereador.
França iniciou na vida pública pelas mãos do grupo liderado por Neto Nunes, ex-prefeito e ex-deputado estadual. Mais adiante, rebelou-se e passou para a bancada da oposição.
Naquele tempo, o grande meio de comunicação era o rádio, por onde circulavam as mensagens e recados da política.
Foi então que, chateado com a saída de França do partido, Neto declarou que, nas próximas eleições, deixaria o vereador apenas com o “palito” na mão.
A frase virou meme em Icó, mas, contrariando as expectativas, França conseguiu se reeleger. Anos depois, já debilitado, passou a andar diariamente de “óculos” escuros e “bengala”, alegando problemas de visão.
Candidatou-se novamente pela oposição, mas, nas urnas não teve êxito: obteve apenas 95 votos, ficando distante da vitória e na suplência.
Dois dias após a eleição, apareceu na Câmara Municipal “sem a bengala”. Foi quando o irreverente “Cruel das Parabólicas”, figura do folclore icoense, não perdeu a oportunidade:
“Ô, Neto Nunes cruel! Disse que ia deixar o França só com o pau do picolé, mas, desta vez, tomou dele até a bengala”.
*Fabrício Moreira da Costa
Advogado e contista.
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