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Notas sobre os 50 anos do Castelão: Aqui nasceu o BMX Espetáculo!

Amaudson Ximewnes, presidente do Sindimusicos/CE. Foto: Arquvo Pessoal

Com o título “Notas sobre os 50 anos do Castelão: Aqui nasceu o BMX Espetáculo!”, eis artigo de Amaudson Ximenes Veras Mendonça, sociólogo, pesquisador e praticante do BMX. Confira:

Neste mês novembro o Estádio Castelão completou 50 anos. Inaugurado no dia 11 de novembro de 1973 recebeu inúmeros eventos esportivos, culturais e religiosos. Entretanto, devo destacar dois eventos que ficaram marcados em nossa memória. O primeiro foi uma partida disputada em 1980 pelo Campeonato Brasileiro de Futebol entre o Ceará e o Botafogo. Na ocasião nos deslocamos da cidade de Ipu – Ceará junto com o meu pai e três amigos da cidade a fim de assistir ao jogo pela série A. Era a segunda vez que assisti o “Mais Querido” em ação, a primeira vez foi na cidade de Crateús – Ceará em 1979.

Fiquei impressionado com o tamanho do equipamento esportivo. Na época passava por uma reforma no anel superior das arquibancadas. Mesmo com a partida acontecendo os funcionários trabalhavam em pleno domingo para finalizá-la. O Vozão acabou derrotado por 3 x 1 naquele dia, com gols de Mendonça, Perivaldo e Claudio Adão. Não me recordo quem descontou para o Ceará. O retorno ao Ipu ocorreu após a partida. Foi cansativo, mas o sonho de conhecer de perto o Castelão fora realizado.

Outro momento marcante aconteceu nas finais de 1986 entre o “Vozão” e o Fortaleza. Naquele ano, o Ceará venceu as duas partidas e sagrou-se campeão cearense. Naquela ocasião, o jornalista Silvio Carlos, considerado o “Papa do Marketing esportivo”, apoiava uma candidatura de oposição para a Federação Cearense de Ciclismo (FCC), e nós, atletas de BMX na época também. O apoio teria como contrapartida a criação de um departamento exclusivo voltado ao BMX dentro da referida entidade. Ali, era apenas o começo de uma disputa acirrada que acabamos por vencer.

Nos intervalos dos dois jogos, montamos obstáculos na Pista de Atletismo, que também era ocupada por repórteres e setoristas que cobriam o confronto. Com o Castelão praticamente lotado, fazíamos manobras e saltávamos sob dez, quinze e por fim 20 bicicletas. O estádio inteiro vibrava. E vaiava quando alguém errava uma manobra e caia. O saudoso “Rappadura” (piloto de BMX que residia no José Walter, falecido há mais de cinco anos) percebendo a euforia dos torcedores simulava os tombos só para mexer com os ânimos dos torcedores. O meu irmão Jolson Ximenes, com 11 anos na época, também era outra atração. Quando se dirigia em direção aos obstáculos a torcida ia ao delírio. No dia seguinte, após as duas disputas do campeonato cearense de futebol, estávamos todos na frente da TV esperando a repercussão. Na minha casa, meu pai assinava os três jornais, inclusive o Diário do Nordeste, onde a cobertura era a mais completa.

Aqui, desafio aos estudiosos do BMX Freestyle, do chamado BMX praticado em grandes arenas. Será mesmo o saudoso piloto norte-americano Matt Hoffman, considerado o “Pai do BMX”, o precursor do esporte em grandes arenas esportivas? Claro que não! A primeira grande experiência aconteceu no estado do Ceará no ano de 1986. Hoffman aperfeiçoou e popularizou.

O Castelão agora se transformou em Arena recebeu jogos da Copa do Mundo de 2014, grandes shows como do Iron Maiden e Paul Mccartney e presentemente jogos dos campeonatos brasileiros das duas principais divisões tendo uma grande importância para o estado do Ceará. Viva o Castelão!!!

*Amaudson Ximenes Veras Mendonça,

Sociólogo, pesquisador e praticante do BMX.

 

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