Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

“O Bispo que desminta!”

F.J.Caminha, escritor e ex-deputado. Foto: Divulgação

Com o título “O Bispo que desmnta”, ewis masi um contom da lavra de Francisco J. Caminha, escritor e ex-deputado estadual.

Confira:

Uma atividade desconhecida do grande público é a do “provador de comida”. Líderes de todo o mundo possuem pessoas para experimentar seus alimentos antes de serem servidos como forma de autenticar se o alimento não está envenenado. Inclusive, em todos os navios e organizações militares de nossa Marinha de Guerra as refeições são provadas antes.

Ao longo da história foi comum assassinar autoridades por meio desse expediente. Destaco que toda comida servida ao Presidente da República ainda hoje é provada com antecedência.

Na disputa do poder e para mantê-lo vale tudo. Somente a título de exemplo, é bom lembrar de que, a partir de 1492, o papa Alexandre VI cuidou dos seus adversários eliminando-os um a um por envenenamento.

Caros leitores, estamos nas vésperas do próximo ano eleitoral no qual veremos reputações sendo guilhotinadas sem clemência. A ausência de um debate político qualificado que nos conduza a um projeto histórico de país pode gerar mais uma disputa vazia de conteúdo relevante.

No mundo atual, com o poder das redes sociais não é mais necessário recorrer às armas físicas para ceifar a vida dos adversários. Leva vantagem o candidato capaz de alimentar com mais competência as mídias com boatos que influenciarão a mente dos eleitores na hora da decisão do voto. Paira no ar uma ameaça ao espírito da democracia com a instrumentalização do poder a serviço dos assassinos de reputações.

Hoje, no atual processo civilizatório, não é mais tão usual esse expediente. Prefere-se assassinar as reputações para destruir os adversários. Existe um adágio na política que diz: “Se meu adversário não tiver defeito, eu o invento e divulgo”.

Em 1935, o arcebispo de Belo Horizonte entrou em contenda com o jornalista Assis Chateaubriand devido a um artigo publicado no jornal “Diário da Tarde”, que ofendia Nossa Senhora de Lourdes.

O fato fez com que o bispo Dom Antônio Cabral expedisse uma ordem aos padres das paróquias do estado de Minas Gerais para que proferissem nas missas que um bom católico jamais poderia ler um jornal que faltou com respeito a Virgem Maria. Chateaubriand, para se vingar, cogitou publicar um artigo nos jornais dizendo que o arcebispo teria estuprado a própria irmã.

Um assessor argumentou que aquilo não seria verdade, pois o sacerdote não tinha irmã, ao que Chateaubriand respondeu: “O bispo que desminta!”

*Francisco J. Caminha

Escritor e ex-deputado estadual.

COMPARTILHE:
Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram
Email

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Notícias