Com o título “O bom do futebol é que a crise é sempre relativa”, eis o título da Coluna Fora das 4 Linhas, desta segunda-feira, assinada pelo jornalista Luiz Henrique Campos. “Assim, basta a vitória no jogo seguinte para virar a página e abrir novas perspectivas. Pergunte hoje ao torcedor do Fortaleza se não acha que a crise passou?”, expõe o colunista.
Confira:
O Fortaleza estreou na Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol vencendo o Fluminense por 2 x 0. Pode parecer natural a vitória do tricolor cearense, mesmo jogando em casa, mas não é. O Leão do Pici estava em maré baixa, agravada pela perca do título para o Ceará. Há quem veja os estaduais como sem importância, mas derrota para o principal rival será sempre fator de crise, pois futebol é paixão, e paixão é relativa.
Assim, basta a vitória no jogo seguinte para virar a página e abrir novas perspectivas. Pergunte hoje ao torcedor do Fortaleza se não acha que a crise passou? É por isso que no futebol, mais do que o se, o que vale, na verdade, são os três pontos, pelo menos até o próximo jogo. Prova dessa assertiva é o tricolor cearense, tripudiado por todos há alguns dias, estar em primeiro lugar na Série A, após a primeira rodada, e com a autoestima elevada para o jogo de estreia, na Libertadores, contra o Racing.
A beleza do futebol está justamente nessa possibilidade de tudo mudar a qualquer momento, como na vida. Nessa toada, nada mais interesse do que compreender o humor do torcedor a partir das nuances que compõem uma partida de futebol. No sábado, por exemplo, Lucero e Tinga fizeram os gols, logo eles, que vinham sendo massacrados pelos torcedores. Já o treinador Vojvoda, de quem chegaram a pedir a cabeça, foi o responsável pelo cadafalso de Mano Menezes. Alguém poderia apostar que Mano cairia primeiro do que Vojvoda?
Bom, mas independente desses humores, começou o Brasileirão, provando que com o sem a seleção nacional em alta, o futebol no Brasil é um maravilhoso laboratório de contradições onde o que menos vale é a racionalidade. Neste final de semana de Série A, basta rápida passada pelos jogos, para ver que a média de público ficou acima de 20 mil pessoas, para um país onde predomina a polarização, os juros são altos e a mídia não cansa de dizer que a inflação está alta.
*Luiz Henrique Campos
Jornalista e titular da Coluna Fora das 4 Linhas.