Com o título “O Brasil paralelo e sua guerra contra a democracia”, eis artigo de Rui Leitao, jornalista, historiador e membro da Academia Paraibana de Letras.
Impressiona como, no Brasil paralelo, o cumprimento do dever se transforma em crime. O que estamos vendo é a extrema-direita levantar informações pela mídia corporativa, com o apoio de algumas lideranças políticas, demonstrando que permanece comprometida com o golpismo.
O golpe empresarial-militar continua vivo entre nós, tentando ameaçar as liberdades democráticas que hoje desfrutamos. As ações golpistas e de caráter antidemocrático se mantêm de forma explícita.
A “cortina de fumaça” é utilizada por ilusionistas para desorientar o público durante a execução da manipulação. É uma forma disfarçada de fugir da realidade — uma estratégia para atrair atenção a assuntos falsos, desviando o foco de pautas centrais e de real importância. Trata-se de um estratagema cujo objetivo é conduzir a sociedade a um debate raso e superficial, afastando-a dos problemas verdadeiros que nos afligem.
Essa onda de desinformação, estimulada pelo discurso de ódio, produz discussões irrelevantes para o país. São pautas equivocadas e debates artificiais, usados para ocultar o que é central na economia, na política, na condução do Estado e na política externa, desviando a atenção para temas secundários e periféricos.
É preciso assumir uma postura propositiva, deixando de nos pautar pelo absurdo que tem marcado a política contemporânea em nosso país. Devemos nos desviar da forte cortina de fumaça ideológica produzida diariamente pela extrema-direita. Essa é uma tática diversionista bastante conhecida.
A cortina de fumaça pode parecer espontânea, mas visa inflamar seus seguidores. Fica evidente o objetivo de tumultuar o cenário político. Eles preferem o “governo de guerra”, no qual todos se confrontem.
*Rui Leitão
Jornalista, historiador e escritor, membro da Academia Paraibana de Letras.