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“O Ceará de ontem e de hoje”

Ernesto Antunes é consultor de empresas e administrador. Foto: Arquivo Pessoal

Com o título “O Ceará de ontem e de hoje”, eis artigo de Ernesto Antunes, consultor de empresas e administrador. Uma análise de um cinquentão.

Confira:

Para os que têm mais de 50 anos e analisando comparativamente a vida dos cearenses, observa-se que avançamos em alguns pontos e regredimos em outros, principalmente em relação à qualidade de vida. Examinando questões de infraestrutura da cidade, acredito que estamos com mais dificuldades, pois
na época dos coronéis, as obras estruturantes tinham início, meio e fim, tais como as de grande porte, como o açude Castanhão, Castelão, Aguanambi e Centro de Convenções, para citar alguns exemplos de obras finalizadas.

Algumas obras, atualmente, tiveram apenas início e não sabemos quando serão finalizadas, como o Aquário de Fortaleza, que agora é da UFC, o Anel Viário e a Linha Leste do Metrô, que tem interditado a importante Avenida Santos Dumont, prejudicando o comércio e o fluxo de veículos locais.

Já no campo político, tínhamos dois partidos com ideologias próprias, o que facilitava a vida do eleitor. No momento, temos dezenas de partidos políticos, com ideologias duvidosas e que buscam somente permanecer no poder, a qualquer custo, sem se preocuparem com preferências ideológicas ou seus eleitores.

Em relação à musicalidade, havia o pessoal do Ceará, em que Fagner, Belchior, Ednardo e
Amelinha desfilavam canções, que até hoje ouvimos e apreciamos. Hoje em dia, temos que conviver com os “famosos” Wesley Safadão, João Gomes e o neófito Nathanzinho e seu hit estourado, “Hoje tem Cabaré…ufa.

Já no campo esportivo, quando podíamos ir ao estádio tranquilos e seguros, tínhamos, pelo Fortaleza, o encantador quadrado de ouro, do treinador Moésio Gomes e pelo Ceará, um plantel de jogadores que se identificavam com a camisa do clube, como o goleiro Hélio Show e o polivalente Artuzão. Nessa época, ir ao estádio era um momento de descontração, pois podíamos levar o radinho e extravasar, quando xingávamos o árbitro e adversários, no PV, coisa que atualmente é tido como racismo e homofobia.

Já no campo jornalístico, sinto falta dos grandes Blanchard Girão, do radialista Nacélio Limaverde e do folclórico Irapuan Lima, que alegrava os sábados, mas continuo tendo o prazer de ler o multimídia
Eliomar de Lima no seu BLOG e o fidalgo Tom Barros no DN .

Os tempos mudaram e, praticamente, nos céus cearenses, não vemos mais as arraias/pipas do primo Sergio Ruy, enfeitando os céus do Benfica e Gentilândia, pois, atualmente, as brincadeiras são, praticamente, restritas às telas de computadores, aos videogames etc. Não temos mais os Cines São
Luís, Diogo e o enigmático Art, que me proporcionou o prazer de assistir, com minha primeira namorada, ao filme italiano “Dio come te amo”. Hoje, a maioria das pessoas assiste aos filmes dentro de casa, sem ter o cenário ideal para uma boa pipoca e sussurros.

Talvez a grande insegurança e o medo dela decorrente, tenham feito com que não mais encontremos, com a frequência de antigamente, as famílias e a vizinhança conversando nas calçadas, aproveitando os intervalos das novelas, para pôr em dia as fofocas.

No campo empresarial, o Ceará, pós-governo Tasso, avançou e grupos empresariais cresceram e modernizaram-se, ofertando oportunidades de emprego e desenvolvimento ao nosso Ceará. Nesse Cenário Empresarial atual, destaco o Programa da Prefeitura de Fortaleza do prefeito Sarto, voltado para
microempreendedores, que, através da parceria com o Sebrae e Associações de Bairros, tem levado capacitação para a periferia de nossa cidade.

Isso visa elevar o índice de ocupação das pessoas, que pesquisa recente apontou que 27% da população ativa, em nosso Estado, não estudam, trabalham e nemprocuram. É por essa razão que o empreendedorismo virou sinônimo de empregabilidade nos dias de hoje, ou como diz a Cerimonialista da UFC Cláudia Lordão, “agora é a vez do empreendedorismo prateado”, ou seja, empreendedores com mais de 50 anos.

No mais, o Ceará continua sendo um grande destino turístico, em que surgiram meios de hospedagem modernos e variados para os turistas mais exigentes na Serra da Ibiapaba e no litoral, que vão, inclusive, de avião, para a bela Jericoacoara, ou frequentam as nossas animadas noites, que continuam com o
charme do Pirata, às segundas-feiras e o velho e bom Itapariká das caranguejadas nas Quintas Feiras. Não temos mais o bucólico Cais Bar da Praia de Iracema.

Acredito, portanto, que nosso Ceará continuará desenvolvendo-se e oferecendo melhores condições de vida para os cearenses, independentemente de sua idade, pois aqui o Sol nasce para todos os que
sabem viver.

*Ernesto Antunes,

Consultor de empresas e administrador.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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