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“O cenário atual do tratamento psicológico no Ceará”

Atendimento psicológico: um debate neessário.Foto: Ilustrativo

Com o título “O cenário atual do tratamento psicológico no Ceará”, eis artigo assinado por Bianca Bessa de Aguiar e Ana Laura Vieira, alunos do curso de Jornalismo. Elas expõem um relato da realidade que se vive na áreano Estado.

Confira:

No Brasil, de acordo com pesquisas da Organização Mundial de Saúde realizadas em abril de 2023, 9,3% das pessoas sofrem de transtornos mentais eprecisam lidar com suas consequências na rotina. Com 303 milhões de brasileiros, o país é o mais ansioso da América Latina, ainda segundo a OMS. Os dados implicam que a psicologia, em duas distintas áreas, vem crescendo como
objeto de estudo para acompanhar a demanda necessária do combate contra o adoecimento psicológico dos cidadãos.

Sobre o tema, afirma a psicóloga Ana Caroline Aguiar, que a importância da busca pelo tratamento é intrinsicamente indispensável. “Cuidar das emoções, pensamentos e comportamentos é uma tarefa imperativa neste mundo em que vivemos, da sociedade do desempenho, dos padrões rígidos de estética e do mau uso das redes sociais virtuais. Em razão disso, o acompanhamento psicológico deve ser, também, para mudar os padrões adoecedores desse mundo, envolvendo aspectos sociais, além dos individuais”. Conforme ainda a professora e psicóloga citada, atualmente o mínimo valor para uma sessão particular, conforme informações do Conselho Federal de Psicologia (CFP), representa R$.207,00. As sessões são recomendadas uma vez por semana, numa soma
mensal de cerca de R$.828,00, possivelmente variando para mais de acordo com a demanda própria de cada psicólogo.

O acesso ao tratamento para pessoas em situação de precariedade financeira, precisa ser buscado nos serviços públicos. O SUS – Sistema Único de Saúde, é uma das principais possibilidades buscadas em situações com o essa. Infelizmente, por conta da longa lista de espera por atendimento, muitas pessoas desistem da ajuda psicológica quando ainda vêem os próprios sintomas como administráveis. Segundo uma entrevista que usufrui do serviço por meio particular, a prestatividade no caso de emergência é comum. “Qualquer problema, eu mando uma mensagem para a minha psicóloga e ela me responde quando puder. Diz mais que possui uma opção de consulta de emergência.”

Uma outra pessoa que não quis se identificar e que faz acompanhamento pelo SUS, explica como foi o processo de encaminhamento: “primeiro, fui acompanhado por um hospital da rede pública em situação de emergência sendo, após encaminhado para o CAPS”. Há, também, se julgado necessário pelos profissionais, a recomendação do uso de medicamentos. Neste caso, podem ser adquiridos publicamente, como esclarece o entrevistado: “ os medicamentos de baixo custo são de fácil acesso, já os de alto custo necessitam  de exame prévio”. As sessões costumam acontecer duas vezes no mês, com duração por volta de uma hora, como recomendado por órgãos de psicologia. A fila de espera, em regra, é longa, face a quantidade escassa de profissionais no
setor público em relação à demanda.

Nesse cenário, a busca de ajuda é a rede pessoal de apoio, uma das principais colunas no tratamento psicológico. O conceito foi introduzido na psicologia desde o início da era moderna, e vem representando um importante pilar na recuperação de muitos indivíduos, na medida em que a própria pessoa nem sempre percebe uma provável crise ou como lutar sozinha contra seus impactos.
A rede é constituída de familiares, amigos e colaboradores que oferecem certo conforto. Em Fortaleza, é possível encontrar auxílio gratuito nos CAPS, Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto, plantão psicológico da UFC, NAMI ou na própria Secretaria de Saúde do Estado.

*Bianca Bessa de Aguiar e Ana Laura Vieira

Alunas do Curso de Jornalismo.

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