Com o título “O Elixir da Vida Longa”, eis artigo de Maurício Filizola, empresário e diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Uma boa reflexão sobre nosso presente e nosso futuro como cidadãos.
Confira:
Você já pensou no que faria se pudesse esticar os anos? Mudaria de profissão? De emprego? De estado? De time? De cônjuge (responda essa baixinho)? De hábitos? De vida? Se você ainda não refletiu sobre isso, chegou a hora. Já tem gente tentando parar o tempo. Ou, pelo menos, o envelhecimento.
O milionário norte-americano Bryan Johnson é conhecido como “influenciador da longevidade”. Ele, que hoje tem 46 anos, se dedica diariamente a experimentos que o façam viver para sempre. CEO de uma empresa de biotecnologia, Johnson investe milhões de dólares para reverter seu envelhecimento. Ano passado, foi reconhecido pela revista TIME como “o homem que quer viver para sempre”.
Para isso, Bryan toma, todos os dias, um coquetel com mais de 100 comprimidos, é monitorado por 30 médicos, tem uma dieta rigorosa, faz transfusão do sangue de seu próprio filho e usa até um equipamento no pênis para monitorar suas ereções durante a noite. Ele também ingere azeite de oliva extravirgem, um pó feito de vegetais, nozes em pó e pó para preparação de pudim com sabor de nozes. É pó pra caramba!
Mas, se você pensa que Bryan é apenas mais um riquinho fútil, inventando com o que gastar sua grana, ou um lunático ocioso, postando devaneios nas redes sociais, saiba que ele não está sozinho nessa neura: o homem é seguido por 733 mil pessoas no Instagram que, a cada postagem nova, reagem com um “bravo”, “magnífico” ou “tamo junto”.
Para não fugir à regra de outros “fenômenos” forjados nas redes, Bryan tem uma explicação “racional” para suas teorias. “Quando você constrói um software, você faz a versão um, e ele passa para a versão dois e a versão três. Cada versão fica um pouco melhor porque você remove as coisas ruins e adiciona mais coisas boas. Fiz a mesma coisa com minha dieta”, explica.
Muito já se falou – e, também, já se gastou – na busca pela imortalidade. Os egípcios, na Idade Antiga, os alquimistas, na Idade Média e, na contemporaneidade, Bryan Johnson. E se lembramos que, no século XIX, nossa expectativa de vida era de apenas 35 anos, no século XX, de 40 anos e, hoje, quem tem 70 ainda está pitel, podemos concluir que já empurramos muito.
Mas, se você não está satisfeito com o que conseguiu até agora, e procura o elixir da longa vida, para retardar o tempo e viver mais e melhor, recorra à receita do Bryan. Não ao alto consumo de pó. Mas à tática de, a cada novo dia, remover as coisas ruins. E adicionar mais coisas boas, olhe para o futuro mas viva o presente!
O tempo tem mostrado que é assim mesmo que a gente chega à nossa melhor versão.
*Maurício Flizola
Empresário e diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC).