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“O governo petista e o avanço do crime organizado no Brasil” – Por João Arruda

João Arruda é sociólogo e professor aposentado da UFC. Foto: Arquivo Pessoal

“O Brasil vive uma situação paradoxal: enquanto a população clama por segurança, parte das elites políticas e jurídicas atua em sentido inverso, defendendo discursivamente criminosos, atacando as polícias e dificultando operações que poderiam restabelecer a ordem”, aponta o sociólogo João Arruda

Confira:

As pesquisas de opinião pública comprovam aquilo que a quase totalidade dos brasileiros já sente no cotidiano: sob os sucessivos governos petistas, a segurança pública tornou-se o eixo mais vulnerável e, paradoxalmente, o mais negligenciado pelas autoridades públicas. Em todas as regiões, a percepção de insegurança e o sentimento de medo crescem proporcionalmente ao avanço do crime organizado, ocupando espaços que antes cabiam exclusivamente ao Estado.

Como resultado da conivência dos sucessivos governos petistas, hoje, mais de 60 milhões de brasileiros vivem oprimidos em áreas dominadas por facções criminosas, com a legitimação e aplausos da nossa anacrônica esquerda globalista. Nessas áreas, pesquisas revelam um dado inquestionável e estarrecedor: quase 90% da população apoia as duras ações policiais, como as realizadas recentemente na Penha e no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.

Esse gigantesco apoio às ações policiais reflete o estado de espírito dos oprimidos da periferia, que clamam por ordem social, estabilidade, liberdade e pelo privilegio do gozo à cidadania, direitos negados aos milhões de brasileiros da periferia oprimidos pelo crime organizado. Essa população abomina a relativização da violência e despreza a romantização e a glamorização do crime organizado.

Na contramão desse sentimento que clama por liberdade, a esquerda globalista, a grande mídia e parte significativa do establishment brasileiro seguem presos a uma narrativa ideológica distorcida, anacrônica e completamente alheia à realidade dos territórios dominados, insistindo em tratar criminosos como “vítimas da sociedade”, numa inversão moral que beira o absurdo.

O próprio presidente Lula, interprete maior dessa deformação cognitiva, reforça essa narrativa quando afirma que traficantes são “vítimas dos usuários”, sugerindo que as forças policiais, e não as organizações criminosas, seriam as responsáveis por uma suposta “matança”. Essa retórica da esquerda, além de desconectada da realidade brasileira, enfraquece a legitimidade do combate ao crime organizado.

O STF é um exemplo típico dessa cumplicidade. Ao restringir ou proibir operações policiais em favelas, sempre travestido de argumentos humanitários, garante liberdade operacional ao crime organizado, que passa a atuar sem qualquer contenção repressiva. Essa medida é, sem dúvida, a grande responsável pelo aumento da violência nas favelas cariocas, pois contribui para a formação de verdadeiros enclaves autônomos, onde o Estado não entra, não vigia, não regula e não protege. Nessas áreas, a lei que prevalece é a das facções criminosas.

Nesse contexto de cumplicidade é chocante ler ou ouvir certos analistas, inclusive alguns que se identificam com o campo conservador, quando comentam a violência no Brasil. Com pequenas variações, insistem em repetir o mantra de uma suposta “falência do Estado”. Esse é um equívoco analítico profundo. O Brasil não vive a falência do Estado; o Brasil vive a sua cumplicidade. O problema é que parte expressiva do sistema escolhe não agir em determinadas áreas e contra determinados grupos potencialmente aliado.

Assim, o Brasil vive uma situação paradoxal: enquanto a população clama por segurança, parte das elites políticas e jurídicas atua em sentido inverso, defendendo discursivamente criminosos, atacando as polícias e dificultando operações que poderiam restabelecer a ordem. O resultado desse descompasso é devastador: o avanço das facções, o enraizamento do narcotráfico, o controle armado de comunidades inteiras e a consolidação de poderes paralelos que já desafiam a soberania do Estado brasileiro.

Se o Estado brasileiro deseja recuperar sua capacidade de garantir liberdade e segurança aos seus cidadãos, será necessário romper com essa lógica de inversão moral e restaurar o princípio fundamental de qualquer Estado digno desse nome: a defesa incondicional da vida, da lei e da ordem pública. Sem esse movimento, continuaremos a assistir, impotentes, à consolidação do crime como força política e territorial, bem a gosto dos governos petistas.

João Arruda é sociólogo e professor aposentado da UFC

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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