Com o título “Hidrogênio e a Produção da Educação”, eis artigo de Marília Brilhante, diretora da Energo Soluções em Energias. “Nos últimos dois anos, instituições de ensino do estado vêm reformulando currículos e criando cursos específicos para atender essa nova demanda.”,expõe a articulista.
Confira:
O avanço do mercado de hidrogênio verde no Brasil, com foco maior no Ceará, está transformando não apenas a economia, mas também a educação e a qualificação profissional. Desde que começaram a surgir projetos estratégicos, como o Migma, uma planta de produção integrada de hidrogênio e metanol verde, o tema deixou de ser apenas industrial para se tornar educacional. O Migma, ao reunir pesquisa, tecnologia e operação em larga escala, promete gerar centenas de empregos diretos e indiretos, exigindo profissionais qualificados em diversas frentes, da engenharia à segurança de processos, da manutenção à gestão de projetos.
Nos últimos dois anos, instituições de ensino do estado vêm reformulando currículos e criando cursos específicos para atender essa nova demanda. Ganhou destaque a formação técnica e tecnológica: eletrotécnica, energias renováveis, automação, instrumentação, química industrial e segurança do trabalho estão incorporando módulos sobre hidrogênio, amônia verde e processos de eletrólise. Já nas universidades, as engenharias ampliam disciplinas voltadas à transição energética, modelagem de processos e sustentabilidade.
O movimento reflete a visão de futuro do Ceará: consolidar-se como polo nacional do hidrogênio verde, com base em conhecimento local e inovação aplicada. Profissões como operadores de sistemas de eletrólise, técnicos em utilidades, engenheiros de processos de H₂ e metanol, analistas ambientais, gestores de projeto industrial e especialistas em segurança de processos (PSM) serão cada vez mais procuradas.
Projetos como o Migma mostram que a revolução energética só se sustenta se vier acompanhada de uma revolução educacional.
*Marília Brilhante
Diretora da Energo Soluções em Energias.
