Com o título “O perigo das empresas de apostas: como elas devastam famílias e a economia e por que devem ser proibidas”, eis artigo de Franzé Mesquita, sociólogo e psicanalista. Traz uma crítica contundente a essas empresas, mostrando os impactos negativos das apostas na sociedade, na economia e nas famílias brasileiras. A legalização desse setor deveria ser revista, pois os danos superam qualquer possível benefício econômico.
Confira:
Nos últimos anos, as empresas de apostas esportivas e cassinos online se multiplicaram no Brasil, tornando-se um mercado bilionário e extremamente lucrativo. Propagandas massivas, patrocínios de times de futebol e a promessa de “dinheiro fácil” atraem milhares de brasileiros para um sistema vicioso e predatório, que lucra às custas do desespero e da vulnerabilidade econômica da população.
O que são as casas de apostas?
As empresas de apostas são plataformas que permitem que jogadores apostem dinheiro em esportes, jogos de cassino e outras modalidades. Elas faturam bilhões de reais, mas o verdadeiro jogo é contra os apostadores.
As probabilidades são projetadas para favorecer a casa – Matemáticos e algoritmos calculam as chances para garantir que a empresa sempre lucre no longo prazo.
O efeito da ilusão de controle – Apostadores acreditam que podem prever resultados, mas na realidade, são vítimas de um sistema estatisticamente desfavorável.
Uso de inteligência artificial para viciar os jogadores – Sites de apostas utilizam algoritmos que estimulam o vício e prolongam o tempo de jogo, fazendo com que o apostador perca cada vez mais.
O mito dos “grandes vencedores”
A propaganda das empresas de apostas sempre destaca casos raríssimos de pessoas que ganharam muito dinheiro, criando a ilusão de que qualquer um pode enriquecer.
A maioria esmagadora das pessoas perde dinheiro – As estatísticas mostram que mais de 95% dos apostadores saem no prejuízo.
Quem ganha uma vez, perde tudo depois – O sistema incentiva os ganhadores a reinvestirem seus ganhos, garantindo que a casa recupere o dinheiro. Conclusão: Apostas esportivas não são um jogo de azar comum – são um negócio baseado na exploração da vulnerabilidade dos jogadores.
O Impacto Devastador das Apostas Nas Famílias e Na Saúde Mental
O vício em apostas: Uma epidemia silenciosa
O jogo patológico é um transtorno psicológico reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele leva à compulsão, fazendo com que a pessoa perca o controle sobre seus impulsos e continue apostando mesmo em prejuízo.
Endividamento crescente – Jogadores compulsivos chegam a vender bens, pedir empréstimos e perder salários inteiros tentando recuperar perdas.
Destruição familiar – O vício em apostas causa divórcios, conflitos domésticos e abandono de responsabilidades.
Depressão e suicídio – Muitos jogadores entram em colapso emocional ao perderem tudo, chegando ao desespero e, em casos extremos, ao suicídio.
Apostas e pobreza: Explorando os mais vulneráveis
As casas de apostas miram justamente os mais pobres e desesperados, que veem nas apostas uma falsa esperança de sair da crise financeira.
Promessas de riqueza fácil – O marketing agressivo induz pessoas endividadas a acreditarem que podem resolver seus problemas apostando.
Ciclo de dependência – Quem perde aposta de novo para tentar recuperar, mas acaba afundando ainda mais.
Apostas minam o orçamento familiar – Gastos com jogo retiram dinheiro de alimentação, saúde e educação dos filhos.
Conclusão: Apostas não são apenas um problema individual, mas um fenômeno que destrói famílias inteiras e cria ciclos de pobreza.
O Impacto Econômico das Apostas: Quem Realmente Lucra Com Esse Mercado?
1. Empresas de apostas enviam bilhões de reais para fora do Brasil
O setor de apostas movimenta bilhões de reais, mas o dinheiro não fica no Brasil. A maioria das plataformas são estrangeiras, registradas em paraísos fiscais como Malta e Curaçao, para evitar impostos.
O lucro das casas de apostas não volta para a economia real, mas sim para os bolsos de magnatas e investidores internacionais. Enquanto isso, o Brasil perde dinheiro que poderia ser investido em setores produtivos.
2. Apostas não geram empregos reais
Os defensores das apostas dizem que o setor gera empregos, mas essa é uma falácia.
Os poucos empregos criados são precários – A maioria dos funcionários dessas empresas são atendentes virtuais ou influenciadores pagos para divulgar os sites.
O dinheiro das apostas substitui o consumo em outros setores – Pessoas que perdem dinheiro apostando deixam de gastar com produtos e serviços da economia real.
3. Impacto nas finanças públicas
Os vícios em apostas levam a problemas econômicos que afetam toda a sociedade:
Mais gastos com saúde mental – O SUS precisa arcar com o tratamento de pessoas viciadas.
Mais endividamento da população – A inadimplência cresce, prejudicando bancos e empresas.
Redução da produtividade – Trabalhadores endividados ou viciados ficam menos produtivos, impactando empresas.
Conclusão: O setor de apostas não beneficia a economia brasileira – pelo contrário, suga dinheiro do país e prejudica a sociedade.
Como Combater Esse Problema? A Necessidade da Proibição
1. Proibição total das apostas online
Vários países já baniram ou restringiram as apostas online, como Noruega, China e Turquia. O Brasil deveria seguir esse caminho e proibir o funcionamento dessas plataformas.
2. Regulamentação mais rígida
Caso a proibição total não seja viável, o governo deve adotar medidas severas de controle:
Altos impostos sobre o setor para reduzir sua lucratividade.
Proibição de propagandas em TV, rádio e internet.
Exclusão de menores de 25 anos das apostas, já que os jovens são os mais vulneráveis ao vício.
3. Campanhas de conscientização
O governo deve alertar sobre os riscos das apostas, assim como já faz com cigarro e álcool.
Criar clínicas de tratamento para dependentes de jogo, com atendimento gratuito pelo SUS.
Conclusão: O Brasil precisa urgentemente restringir ou proibir o setor de apostas para evitar que mais famílias sejam destruídas.
Conclusão: O Jogo da Exploração Deve Acabar
Apostas esportivas e cassinos online não são apenas um entretenimento inofensivo. São um esquema financeiro projetado para explorar as pessoas e sugar dinheiro da economia brasileira.
Destroem famílias e criam dependentes financeiros.
Prejudicam a economia e enviam bilhões para o exterior.
Enriquecem empresários à custa do desespero da população.
O Brasil precisa agir agora para impedir que essas empresas continuem explorando seus cidadãos. Apostas não são liberdade – são um mecanismo de escravização econômica e psicológica.
*Franze Mesquita
Sociólogo e psicanalista.
*Com site Segunda Opinião.