“Outro líder, ainda mais empolgado, prometeu: Serão 12 mil votos dos icoenses”, conta Fabrício Moreira da Costa. Confira:
Durante a pré-campanha às eleições estaduais de 1994, o então prefeito de Icó liberou alguns secretários, vereadores e outros membros do seu grupo para “acertarem” seus votos, independentemente de quem fosse o candidato.
Uma caravana fretou um ônibus e seguiu para Fortaleza.
Com o intuito de obter legitimamente os votos dos munícipes icoenses, o ex-deputado federal Raimundo Gomes de Matos (então PSDB) encontrou-se com alguns líderes de Icó em uma churrascaria na Avenida Bezerra de Menezes, para firmar compromissos políticos.
Reunidos, iniciaram-se os discursos e as promessas de votos.
O primeiro orador, bastante entusiasmado, garantiu: “Este grupo político lhe repassará cerca de 10 mil votos em Icó.”
Outro líder, ainda mais empolgado, prometeu: “Serão 12 mil votos dos icoenses.”
E assim por diante.
Após vários discursos, tomou a palavra o advogado e ex-vereador por quatro legislaturas, ex-presidente da Câmara de Vereadores, Dr. José Elder dos Santos, que na ocasião havia bebido um pouco além da conta.
“Se esta turma aqui trabalhar de verdade, daremos à Vossa Excelência, Excelentíssimo Senhor Deputado Federal, uns 700 votos somente e nada mais!”, declarou Dr. Elder.
Foi o suficiente! A reunião foi encerrada imediatamente e Dr. José Elder dos Santos, com sua sinceridade, foi sumariamente excluído do grupo. Retornou de carona para Icó.
Após a apuração dos votos, o Deputado Federal Raimundo Gomes de Matos obteve em Icó pouco mais de 700 votos.
E nada mais!
Fabrício Moreira da Costa é advogado e contista