Com o título “O Profissional Ideal para Programas de ESG nas Empresas”, eis artigo de Cândido Henrique de Aguiar Bezerra, geógrafo e estrategista em Sustentabilidade da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC). “O geógrafo se encaixa perfeitamente nesse perfil, pois sua formação abrange todas essas competências, combinando uma abordagem sistêmica que permeia as questões sociais, ambientais e de governança pontuadas na sigla ESG”, expõe o articulista.
Confira:
Nos últimos anos, a agenda ESG (Environmental, Social and Governance) tornou-se central para empresas que buscam sustentabilidade e responsabilidade socioambiental. Nesse contexto, surge a questão: qual é o profissional mais qualificado para estruturar e implementar esses programas de maneira eficaz? A resposta está no geógrafo. A formação acadêmica do geógrafo é singular, pois integra disciplinas das ciências humanas e naturais, garantindo uma visão holística da interação homem-natureza. Essa característica é essencial para compreender os impactos ambientais das atividades econômicas e elaborar soluções sustentáveis, alicerçadas em conhecimento científico e pragmatismo social.
A Lei no 6.664, de 26 de junho de 1979, que regulamenta a profissão de geógrafo noBrasil, reforça a pertinência desse profissional para os programas de ESG. O artigo 3o da referida lei define as seguintes competências do geógrafo:
1. Estudos e pesquisas geográficas – fundamentais para a análise de impactoambiental e territorial.
2. Planejamento regional e urbano – essencial para a implementação de projetos sustentáveis nas empresas e comunidades.
3. Análise de recursos naturais e sua utilização racional – alicerce para a gestão ambiental eficiente.
4. Zoneamento econômico-ecológico – elemento-chave para o alinhamento entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
5. Diagnóstico e monitoramento de impactos ambientais – imprescindíveis para a mitigação de danos e aprimoramento de práticas empresariais sustentáveis.
Para um bom gestor em programas ESG, alguns requisitos essenciais incluem:
Visão sistêmica e interdisciplinar – capacidade de integrar aspectos ambientais, sociais e de governança em um único planejamento estratégico.
Conhecimento técnico e científico – domínio sobre normas ambientais, impactos socioeconômicos e práticas sustentáveis.
Habilidade em planejamento e gestão de riscos – fundamental para antecipar desafios e propor soluções eficazes.
Capacidade de análise territorial e socioambiental – essencial para compreender a dinâmica dos espaços e sua influência sobre as atividades econômicas.
Competências em governança e compliance – conhecimento das regulamentações nacionais e internacionais ligadas à sustentabilidade.
O geógrafo se encaixa perfeitamente nesse perfil, pois sua formação abrange todas essas competências, combinando uma abordagem sistêmica que permeia as questões sociais, ambientais e de governança pontuadas na sigla ESG. Seu conhecimento sobre a interação entre o meio físico, a sociedade e a economia proporciona um olhar diferenciado para a implementação de soluções sustentáveis e estratégias empresariais de longo prazo.
Diante da crescente demanda por soluções sustentáveis, é imprescindível que empresas reconheçam o potencial do geógrafo na formulação de suas estratégias ESG. Seu conhecimento profundo sobre a dinâmica ambiental e social possibilita a criação de iniciativas inovadoras, eficientes e alinhadas aos desafios globais de sustentabilidade. Assim, ao considerar a implantação ou aprimoramento de programas ESG, é essencial contar com a expertise do geógrafo, profissional que une ciência, gestão e visão estratégica para construir um futuro mais equilibrado e resiliente para as organizações e para a sociedade.
*Cândido Henrique de Aguiar Bezerra
Geógrafo e Estrategista em Sustentabilidade da Federação das Indústrias do Estado do Ceará.