Com o título “O que perdemos de nós mesmos neste País desconhecido?”, eis artigo de Paulo Elpídio de Menezes Neto, cientista político e ex-reitor da Universidade Federal do Ceará. Ele nos convida a uma reflexão neste 7 de Setembro.
Confira:
Não te direi o nome Pátria minha,
Teu nome é pátria amada, é patriazinha,
Não rima com mãe gentil.
Vives em mim como uma filha que és,
Uma ilha de ternura, a ilha
Brasil, talvez”,
(“Pátria Minha”, Vinicius de Moraes)
Em outros tempos, o “7 de setembro” simbolizava para os brasileiros o apelo generoso em nome da fraternidade e dos laços que os aproximavam de uma mesma e celebrada pátria comum.
Hoje, a mesma data que unia os filhos desta Terra em nome de compromissos firmes de solidariedade encoraja a persistência de conflitos, exalta as diferenças e contrapõe fidelidades ideológicas primitivas em uma luta de exclusão do “nós” contra “eles”.
Como foi possivel alimentar tanto rancor no seio desta familia de brasileiros, ampliada em uma sociedade livre, e permitir-se que às leis, às instituições e aos princípios essenciais de direito se impusessem tantas e tão iníquas restrições ?
Por quê?
*Paulo Elpídio de Menezes Neto
Cientista político e ex-reitor da Universidade Federal do Ceará.