“O que pode fazer Cid voltar atrás e ser candidato a senador” – Por Carlos Holanda

Carlos Holanda é jornalista, com experiência na Política. Foto: Arquivo Pessoal.

Com o título “O que pode fazer Cid voltar atrás e ser candidato a senador”, eis artigo de Carlos Holanda, jornalista. “Se nenhum dos nomes que Cid oferecer à mesa de discussões surtir o efeito desejado, é possível que ele próprio reivindique disputar o espaço que já ocupa”, expõe o articulista.

Confira:

Pelo menos, dois cenários têm potencial de fazer o senador do PSB retraçar os planos.

Principal líder do PSB no Ceará, o senador Cid Gomes é convicto ao falar sobre 2026. Diz que não buscará mais oito anos em Brasília. Nunca largará a política, só não pretende mais trabalhá-la a partir de mandatos. Do alto de 35 anos de vida pública, o sobralense entende ter chegado ao lugar dos que não precisam de um cargo eletivo para exercer influência no rumo que as coisas tomam. Vejo, porém, pelo menos dois cenários com potencial de lhe fazer retraçar os planos.

Quais seriam? No caso de o ministro Camilo Santana (PT) tentar indicar dois nomes ligados a si como candidatos ao Senado Federal. Alianças majoritárias são a representação possível das forças partidárias que a compõem. Não é obrigatório ser assim, mas é comum que assim seja. Cid é a segunda principal liderança política do Ceará e está no cargo que mais tarde será disputado.

Quando o deputado estadual Fernando Santana (PT) foi escolhido para presidir a Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) na sucessão de Evandro Leitão (PT), eleito prefeito de Fortaleza, Cid ameaçou deixar a base do governador Elmano de Freitas (PT). Conseguiu alterar o quadro. O deputado caririense declinou e Romeu Aldigueri, do PSB de Cid, emergiu como solução. É o atual presidente da Casa.

Se nenhum dos nomes que Cid oferecer à mesa de discussões surtir o efeito desejado, é possível que ele próprio reivindique disputar o espaço que já ocupa. O ex-governador do Ceará já defendeu publicamente o nome do deputado federal Júnior Mano (PSB) como candidato no seu lugar.

Em outro cenário, o PSB teria a vaga mantida, mas a renúncia de Cid à disputa seria fator de acirramento no interior da sigla socialista entre os que pretendem concorrer. Inexistindo acordo, uma candidatura dele à reeleição poria fim à discussão. Além de Júnior Mano, Aldigueri é citado como possível concorrente ao cargo.

As vagas de Cid e do senador Eduardo Girão (Novo) estarão em disputa em 2026. O mandato de senador do ministro Camilo, exercido pela primeira suplente Augusta Brito (PT), é válido até o final de 2030.

Há um teórico consenso na aliança liderada por Camilo e Elmano de que uma das vagas é de José Nobre Guimarães (PT), líder do governo Lula na Câmara dos Deputados.

Principal articulador político do PT no Ceará, Guimarães sacrificou o próprio nome em 2014 como modo de solucionar o impasse na composição daquela chapa.

Camilo foi candidato ao Palácio da Abolição e Mauro Filho (então no Pros de Ciro e Cid), ao Senado Federal. Guimarães está há mais de dez anos nesta fila e não quer ter de fazer, novamente, gestos do tipo.

Guimarães é um nome ligado a Camilo. Existem outros camilistas que, ou manifestam intenção de entrar na disputa ou são citados como possíveis candidatos.

São os casos do secretário da Casa Civil, Chagas Vieira (sem filiação), de Eunício Oliveira (MDB) e de Chiquinho Feitosa (Republicanos). Alguém sempre sobrará.

*Carlos Holanda

Jornalista, esteve na redação do O POVO de 2017 a 2024, foi repórter especial de Política e assinou coluna sobre a desinformação e suas repercussões no debate público.

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