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“O que vai nos salvar é a ancestralidade”

Tuty Osório é jornalista e escritora

“O que pensarão de mim os meus netos? Procurarão ensinamentos na minha trajetória? Estarei eu tendo uma caminhada que os inspira? Serei uma referência interessante para partirem do meu cotidiano?”, aponta a jornalista e publicitária Tuty Osório.

Confira:

Na fila da padaria encontro um casal que chegou da Jordânia. Já tem tempo. Filas continuam sendo lugares de conversa. A Jordânia está em suspensão.

Conversamos na fila, com os filtros eliminados nas redes sociais. E nas sinceridades do cotidiano. Como dizia o amigo na sessão de terapia. Não vim para me libertar, vim para me reprimir.

Epicurismo, constelação, psicodélicos naturais. A fala virou arma para si e para o outro. Só que não. O casal da visita à Jordânia conta do calor, da organização da excursão. Do prazer da viagem. Talvez não possam viajar mais. Ele parece frágil. Ela mais firme. Contam que começaram jovens a varar mundo. Viajar sempre foi brincadeira prioritária. Mais gente se envolve na conversa, cada um com uma história de turista. Em dez minutos, forma-se uma comunidade fraterna. Chegamos a lamentar a nossa vez de pagar e partir.

Penso que não estou contribuindo para o grupo dos meus ancestrais. O que pensarão de mim os meus netos? Procurarão ensinamentos na minha trajetória? Estarei eu tendo uma caminhada que os inspira? Serei uma referência interessante para partirem do meu cotidiano?

Diz o amigo virtual que é preciso amar as pessoas como se fossem sexta-feira. Já citei essa frase nas minhas crônicas. Imagem divertida, e que dá a extensão da influência. Seja qual for a idade, a profissão, até o país. No Brasil tem mais personalidade, mais amor.

Sexta-feira. Para advir um trabalho. Destino à vista, poucos intervalos. O batuque atravessa a terra astral, porque o há por todo lado. O batuque que foi de intensidade. Criar um alfabeto hoje, para suas batidas sincopadas, é a tarefa lúdica. Seríssima.

Tuty Osório é jornalista, publicitária, especialista em pesquisa qualitativa e escritora. Lançou em 2022, QUANDO FEVEREIRO CHEGOU (contos); em 2023, MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE MARIA AGUDA (10 crônicas, um conto e um ponto) e SÔNIA VALÉRIA A CABULOSA (quadrinhos com desenhos de Manu Coelho); todos em ebook, disponíveis, em breve, na PLATAFORMA FORA DE SÉRIE PERCURSOS CULTURAIS

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

Ver comentários (2)

  • Gostaria saber mais dessa conversa na fila, é bom saber dos outros. Acho que sempre me interesso por aquilo que não sei ainda, fiquei com mais vontade de saber sobre essa turma!

  • Importante tudo que vem dos nossos ancestrais.Nem damos conta,mas nós mínimos detalhes da nossa vivência, estão sempre por perto. Acredito !

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