Hedge é uma palavra da língua inglesa, que traduzida para o português significa cobertura ou segurança. Para o mercado financeiro vem a ser um dos instrumentos que tem como objetivo proteger as operações financeiras contra as possíveis oscilações de preços que podem sofre os ativos, tendendo assim a mitigar os riscos.
Esta proteção proporcionada pelo Hedge funciona, transferindo para terceiros o risco de uma determinada operação. Sua prática obedece a regulamentações estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Importante frisar que investidores não podem se utilizar deste mecanismo com o intuito especulativo (investimentos que tem como foco retornos muito acima da média).
Diferenciação entre Hedge e Swap
O termo Swap, significa troca, e vem a ser uma modalidade de contrato de Hedge. Podemos então entender que existem diversas maneiras de se fazer Hedge, e uma dela é o Swap. Tal contrato se emprega entre as partes interessadas, onde ficará estabelecida, previamente, a rentabilidade dos ativos e estabelecida a possível variação de cada indexador.
Em resumo, Hedge e Swap não são a mesma coisa, pois o Swap é uma das maneiras de se fazer Hedge e consiste na troca de indexadores de um contrato para dirimir riscos de perda.
Vamos ver agora um exemplo simples: Estamos hoje com a Selic a 15% a.a., o que vem favorecendo a renda fixa, então uma determinada empresa resolve fazer um investimento nesta modalidade indexando em CDI. Porém, parte desta operação de investimento contempla a compra de mercadorias nos Estados Unidos, e seu pagamento será em dólar. Ao observar a forte oscilação desta moeda estrangeira, e por temer que seu custo operacional sofra com um possível aumento, seu diretor financeiro resolve fazer um Hedge e trocar a rentabilidade do CDI pela rentabilidade do dólar. Desta maneira, garantirá que seu custo operacional não fique superior à rentabilidade do seu investimento.
Modalidades de Hedge do Mercado Financeiro
– Hedge em Commodities:
Talvez o tipo mais comum de Hedge e foi estruturado para proteger agricultores contra a variação de preços nos seus produtos. Objetiva dirimir riscos entre oferta e demanda. Tem sua função a partir de contratos futuros, os quais tem estabelecem preços futuros fixos os quais só serão pagos quando da entrega dos produtos
– Hedge cambial
Fortemente utilizado em negócios que tenham transações com empresas estrangeiras. É neste tipo de contrato de Hedge que se pode realizar o Swap, ou seja, a troca de indexador da operação. Então podemos dizer que ele é utilizado para dirimir riscos com a volatilidade dos ativos.
– Hedge natural
Este tipo de Hedge é muito utilizado em empresas exportadoras, que tratam com ativos em dólar. Podemos entender que este tipo de empresa, em um cenário de desvalorização da nossa moeda nacional, terão uma certa valorização, em função de suas receitas serem contraídas em moedas estrangeiras.
– Hedge em ações
São utilizados para se evitar prejuízos para quem investe em renda variável.
OBS 1: Importante apontar que o Hedge não elimina todos os riscos do mercado, pois não contempla todas as oscilações.
OBS 2: Hedge e Diversificação de Investimentos são coisas diferentes, embora os dois sejam estratégias de proteção de riscos. O Hedge protege empresas e investidores em suas movimentações financeiras, e a Diversificação de Investimentos, é uma estratégia baseada na construção e uma carteira que possa contemplar riscos variados e minimizados.
Fabiano Mapurunga é Mestre em Administração de Empresas com ênfase em Finanças pela Unifor, Pós-Graduado em Gestão de Negócios pelo INSPER, MBA em Gestão Financeira e Controladoria pela FGV, MBA em Agronegócios pela USP/ Esalq e Graduado em Administração de Empresas pela UFC. Possui experiência de 23 anos na área de Finanças Corporativas. Atualmente trabalha com inovação e consultoria financeira para empresas nacionais, além de se dedicar a novos negócios e investimentos. É professor universitário em cursos de Pós Graduação e autor de vários artigos