“Aldo Rebelo identifica com propriedade a deletéria influência das ONGs junto ao Judiciário”, aponta o jornalista e poeta Barros Alves. Confira:
Aldo Rebelo esteve recentemente no Ceará, a convite do Movimento MAIS DEMOCRACIA, liderado pelo ex-governador Gonzaga Mota, amigo do convidado. Aqui ele proferiu palestra e lançou o livro O QUINTO MOVIMENTO – PROPOSTAS PARA UMA CONSTRUÇÃO INACABADA (JÁ Editora, 2ª edição, Porto Alegre-RS, 2023, 254 páginas). O autor foi presidente da União Nacional dos Estudantes-UNE pelos idos dos anos 1980. Eleito deputado federal em vários mandatos, presidiu a Câmara dos Deputados e, posteriormente, comandou os ministérios da Defesa e da Ciência e Tecnologia nos governos Lula e Dilma. Teve, portanto, expressiva atuação política no campo da esquerda. Um feito de grande relevância quando no exercício parlamentar, foi ter conseguido administrar os conflitos de grandes interesses durante o processo de debates e aprovação do Código Florestal brasileiro, o mais importante documento ambiental do nosso País. Já naquele momento Rebelo confrontava líderes de esquerda, ecoterroristas e Organizações Não-governamentais aparelhadas por nações estrangeiras que intentavam contra a soberania do Brasil sobre suas riquezas naturais.
Daquele tempo a esta parte, as divergências entre Rebelo e essa gente só se aprofundaram, sobretudo com as ONGs infestadas de comunistas a soldo de patrocinadores estrangeiros, as quais implantaram um verdadeiro governo paralelo na Amazônia e regiões adjacentes. Sobre esta situação, as críticas do ex-ministro, grande conhecedor do assunto, se intensificaram. Para Aldo Rebelo é muito grave que esse estado paralelo das ONGs estabeleça um governo na Amazônia, de fato, e o faça com o auxílio do estado formal brasileiro, com o auxílio do Ministério Público Federal, da Polícia Federal, do IBAMA, da FUNAI, e dessa excrescência que é esse ministério das populações ou dos povos indígenas, criado recentemente para compor um verdadeiro consórcio de agências do estado brasileiro a serviço de interesses inconfessáveis em que poderosas forças estrangeiras estão por trás, a ponto de uma declaração de ecoterrista artista de Hollywood ter mais poder do que o leniente governo brasileiro.
Aldo Rebelo identifica com propriedade a deletéria influência das ONGs junto ao Judiciário. E essa nefasta influência tem obtido sucesso, com decisões abusivas de ministros da nossa Suprema Corte, que interpretam a Constituição tendo como baliza apenas sua vontade fundada num viés ideológico que não contempla a unidade da Federação. Sobre esses desvios hermenêuticos do STF, entende Aldo Rebelo que a Carta Magna parida pela Constituinte de 1988 está desmoralizada e “temos, na verdade, onze constituições ambulantes: num momento uma está em Brasília, noutra hora outra está em Nova Iorque, outra em está em São Paulo… Cada ministro é uma constituição porque interpreta a Constituição do jeito que quer. Acho que a Constituição já esgotou seu prazo de validade”. Infelizmente, sou levado a concordar com Aldo Rebelo, principalmente depois que li o seu livro, o qual merece uma leitura atenciosa, com vagar, pois diz muito mais do que se possa expressar em um simples artigo.
Barros Alves é jornalista e poeta