Com o título “O Senado como fiel da balança em 2026”, eis artigo de Cleyton Monte, cientista político, professor universitário, pesquisador e presidente do Instituto Centec. “No Ceará, o embate promete ser central. A cadeira em disputa é estratégica não apenas pela sua projeção nacional, mas pelo impacto direto na política local”, expõe o articulista.
Confira:
A sucessão presidencial de 2026 não será definida apenas pela disputa entre os principais candidatos ao Planalto. Um palco paralelo, mas de enorme relevância, também estará em jogo: o Senado Federal. Com a renovação de um terço de suas cadeiras — 27 no total —, a Casa Alta pode se transformar no fiel da balança entre a governabilidade e o bloqueio institucional.
O Senado ocupa uma posição peculiar no sistema político brasileiro. Por reunir apenas 81 membros com mandatos de oito anos, garante a seus integrantes estabilidade, projeção e tempo para construir lideranças de longo alcance. Não é apenas um espaço de debates: é ali que se decidem sabatinas de ministros, aprovações de autoridades, emendas constitucionais e até processos de impeachment. Trata-se, portanto, de um poder silencioso, mas decisivo, capaz de acelerar ou conter a agenda do Executivo.
Em 2026, o resultado das urnas para o Senado pode significar a diferença entre um governo fortalecido e um governo sitiado. Cada estado que elege um senador está, na prática, posicionando-se em relação aos rumos do país. É por isso que, em muitas unidades da federação, a disputa pela cadeira única tende a ser mais intensa e simbólica que a corrida ao governo estadual.
No Ceará, o embate promete ser central. A cadeira em disputa é estratégica não apenas pela sua projeção nacional, mas pelo impacto direto na política local. Quem conquistar o mandato terá oito anos de visibilidade, acesso privilegiado a recursos e influência junto ao governo federal. Mais que isso: poderá redesenhar a correlação de forças dentro do próprio estado, tornando-se ator-chave nas eleições para governador e no equilíbrio de forças da Assembleia Legislativa.
*Cleyton Monte
Cientista político, professor universitário, pesquisador e presidente do Centec.
Uma resposta
Perfeita a análise do cientista político Cleyton Monte.
É fato que a disputa às duas vagas para o Senado Federal será sem dúvidas protagonista nas eleições de 2026.
Contudo não devemos esquecer que dicotomias costumam ameaçar vitórias iminentes.
O importante neste cenário, penso, é que forças políticas (partidos) com ideologias semelhantes convirjam a um ponto
comum de modo a evitar votos dispersados e assim levarmos ao senado pessoas alinhadas e comprometidas com os interesses da população cearense.