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“O voo da galinha”

Totonho Laprovítera é arquiteto e escritor. Foto: Reprodução

Com o título “O voo da galinha”, eis mais um conto de Totonho Laprovitera, arquiteto, escritor e artista plástico.

Confira:

“Uma raposa adormecida conta galinhas nos seus
sonhos.” (Provérbio Russo)

A galinha é um verdadeiro símbolo de nutrição e fertilidade no mundo. E, veja só, é bem mais sabida do que se possa imaginar. Cada uma tem seu jeito, com personalidade própria, e ainda demonstra uma inteligência extraordinária. Elas conversam umas com as outras, entendem de números e até possuem autocontrole. Essas aves possuem habilidades sensoriais impressionantes: um sistema nervoso complexo, sensibilidade à dor, pressão e temperatura, assim como humanos e mamíferos, além de uma visão superior, capaz de perceber mais cores do que nós.

E não para por aí, não. Galinhas têm noção do tempo, aprendem umas com as outras e demonstram cuidado com seu grupo, especialmente em situações de perigo, graças ao comportamento materno e sua sensibilidade psicológica. No frigir dos ovos, a galinha, além de ser produtiva, é cheia de virtudes que nem sempre percebemos.

Dizem que a galinha aprendeu a voar olhando para a pata, que andava, nadava e voava, mas não fazia nenhuma dessas coisas direito. Quando a galinha, toda cheia de vontade, anunciava que ia levantar voo, o reino animal se reunia para assistir suas tentativas. Mas, coitada, desengonçada como era, mal saía do chão e só voava um tiquinho. A decepção dos espectadores era grande. Afinal, por ser uma ave, todos esperavam que ela
voasse igual às outras. Mas, por conta da sua estrutura física, não conseguia desgrudar do chão por muito tempo.

Para explicar isso, dona Coruja, sempre professora, contava que aves como as galinhas são parentes diretas dos dinossauros, que já botavam ovos há milhões de anos. Ao longo do tempo, as espécies mudaram tanto que uma criatura acabou dando origem a outra. Pois é, a galinha é mesmo parente dos galalaus jurássicos.

Já no mundo da economia, o famoso “voo de galinha” descreve quando a economia começa a dar sinais de recuperação, mas, sem uma base sólida, não vai muito longe. Logo o progresso trava ou até retrocede.
Nesse sentido, é de se esperar que, com a chegada de novas lideranças, surjam boas expectativas, mesmo sabendo que a vida, com sua imprevisibilidade, sempre nos reserva surpresas. As mudanças são vistas como oportunidades de inovar, mas nem sempre cumprem as esperanças que a gente deposita nelas. Assim, a cada novo ciclo, o desejo se renova de que o esperado “voo de galinha” se transforme em uma conquista firme e cheia de futuro.

*Totonho Laprovítera

Arquiteto, escritor e artista plástico.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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