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“Os 298 anos da ‘Loura desposada do sol'”

Irapuan Diniz Aguiar é advogado

“O modelo de cidade contemporânea pouco nos tem motivado a contemplação da rua, do mar, do céu”, aponta o advogado Irapuan Diniz Aguiar. Confira:

“Junto à sombra dos muros do forte, a pequena semente nasceu, em redor, para a glória do Norte, a cidade sorrindo cresceu”. E eis que a “loira desposada do sol” chega aos 298 anos de vida. O professor e maestro Antônio Gondim, de quem fui aluno no então Ginásio 7 de Setembro, foi o autor da música conferindo ao hino oficial um colorido especial aos seus versos os quais bem retratam o nascedouro e o crescimento da bela Capital cearense. Apesar da grande metrópole que nos tornamos, Fortaleza guarda em seus costumes a “malemolência” daqueles que transitam do fim da tarde e início da noite por suas ruas e avenidas. O calor e a luz constante afagam os turistas que aqui chegam.

O fortalezense tem uma afetividade específica no seu modo de viver e acolher. Essa facilidade de “puxar assunto” na rua, o riso fácil e o espírito moleque que o caracteriza não precisa de muita intimidade para fazer brincadeiras e despertar o interesse de alegrar-se e alegrar o outro fazendo parar as pessoas no meio da praça para assistir as “marmotas” de um eventual palhaço.

Paula Ney, num de seus poemas, descreve a beleza de nossa cidade ao recitar “ao longe, em brancas praias embaladas pelas ondas azuis dos verdes mares, a Fortaleza, a loura desposada do sol”. Esta referência feita pelo poeta me faz lembrar de nossa essência praiana.

Foram muitas as transformações que a Fortaleza do ilustre poeta passou. De fato, vivíamos um pouco mais ao sol antes do que agora, quando estamos à sombra de edificações altíssimas desde sua esplêndida orla marítima. O modelo de cidade contemporânea pouco nos tem motivado a contemplação da rua, do mar, do céu. O fato é que nossa urbe ainda tenta se entender como grande Capital do País e, ao mesmo tempo, ser o paraíso onde tantos desejam gozar férias à beira do mar com água de coco.

Temos muitos desafios próprios de como nos portar nessas dimensões uma vez que fortalezense é a conjuntura de filhos de toda as cidades do Ceará, e isso nos faz heróis em resiliência dos bons hábitos da cidade pequena como colocar cadeiras na calçada para falar da vida cotidiana. Vindo da pequenina Cedro, com que orgulho fui agraciado com o título honorário de cidadão de Fortaleza.

Tenho uma visão particular desta cidade no futuro, no qual eu creio e trabalho para que assim se torne. Ela permanece ainda ‘loura bronzeada do sol’, íntima de seu mar, mas desposada pôr os milhões de afetos que nela vivem. Viva Fortaleza!

Irapuan Diniz de Aguiar é advogado

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