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“Os desafios da educação socioemocional” – Por Leandro Vasques

Leandro Vasques é advogado criminalista. Foto: Arquivo Pessoal.

Com o título “Os desafios da educação socioemocional”, eis artigo de Leandro Vasques, advogado criminal, mestre em Direito Penal pela UFPE e doutorando em Criminologia pela Universidade do Porto, Portugal.

Há alguns dias acompanhamos aflitos o noticiário acerca de um estudante que atingiu a facadas um colega e dois educadores em um colégio particular de Fortaleza. Independentemente das circunstâncias específicas desse caso, as quais devem ser apuradas com serenidade, longe da arena midiática e sem o julgamento açodado de uma plateia sensacionalista, a saúde mental dos nossos adolescentes deve ser priorizada, notadamente por ser um período único no desenvolvimento do indivíduo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, devem ser cultivados ambientes de apoio não só na família e na comunidade, mas também nas escolas, nas quais devem ser incentivados hábitos sociais e emocionais importantes para o bem-estar mental. Ainda segundo a OMS, devem ser implementadas intervenções como ajustes organizacionais para a manutenção de um ambiente seguro e positivo do ponto de vista psicológico; mudanças curriculares que incluam saúde mental e habilidades voltadas para a vida prática; e aperfeiçoamento de educadores na área de saúde mental, com foco especial na detecção e no manejo básico do risco de suicídio.

De maneira geral, o cuidado com a saúde mental deve passar por uma rediscussão acerca do currículo escolar, de modo que este contemple não apenas o desenvolvimento cognitivo, focado em disciplinas essencialmente teóricas e voltadas ao ingresso em universidades, mas também na promoção da educação socioemocional. Também é preciso repensar sobre a sobrecarga de uma rotina asfixiante de atividades, muitas aos finais de semana, o que acaba adoecendo não só os estudantes, mas também as famílias, que têm de se adequar a essa realidade.

Assim, em uma sociedade permanentemente vilipendiada e assombrada pela violência urbana, a escola deveria ser um dos últimos refúgios de paz e segurança para as nossas crianças e adolescentes, o que torna esse episódio um alerta para uma reflexão inadiável sobre a educação nos tempos atuais. Antes de indagarmos aos nossos jovens “o QUE você quer ser quando crescer?”, deveríamos perguntar “QUEM você quer ser quando crescer?”.

*Leandro Vasques

Advogado criminal, mestre em Direito Penal pela UFPE e doutorando em Criminologia pela Universidade do Porto, Portugal.

Eliomar de Lima: Sou jornalista (UFC) e radialista nascido em Fortaleza. Trabalhei por 38 anos no jornal O POVO, também na TV Cidade, TV Ceará e TV COM (Hoje TV Diário), além de ter atuado como repórter no O Estado e Tribuna do Ceará. Tenho especialização em Marketing pela UFC e várias comendas como Boticário Ferreira e Antonio Drumond, da Câmara Municipal de Fortaleza; Amigo dos Bombeiros do Ceará; e Amigo da Defensoria Pública do Ceará. Integrei equipe de reportagem premiada Esso pelo caso do Furto ao Banco Central de Fortaleza. Também assinei a Coluna do Aeroporto e a Coluna Vertical do O POVO. Fui ainda repórter da Rádio O POVO/CBN. Atualmente, sou blogueiro (blogdoeliomar.com) e falo diariamente para nove emissoras do Interior do Estado.

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