“Isso teria mesmo algo a ver com o feminismo ou com as diversas mudanças, ocorridas no âmbito da sociedade, inclusive nos meios cibernéticos e relacionais?”, aponta o historiador João Teles de Aguiar
Confira:
O autor José Ribas Neto, no Portal AZ, no dia último dia 14, escreveu um artigo subordinado ao título “Bebê Reborn: o vazio existencial do pós-feminismo”, e nele fala: “(…) Simone de Beauvoir e Foucault criaram um mercado de ‘bebês’, sem alma e mães sem filhos”. O tal fenômeno, continua o autor: “(…) revela o fracasso de uma cultura, que tentou apagar o instinto materno, em nome de uma ‘libertação’, que, ao negar o corpo e o tempo, conduziu ao deserto afetivo.”
Isso teria mesmo algo a ver com o feminismo ou com as diversas mudanças, ocorridas no âmbito da sociedade, inclusive nos meios cibernéticos e relacionais? Mas, vamos a mais um pouco, da citado autor: “Ao afirmar que ‘não se nasce mulher: torna-se mulher’, Beauvoir abriu espaço para que a feminilidade fosse entendida, não como enraizada na biologia, mas como uma construção social e empurrada goela abaixo, de moças e mulheres.”
E a opressão de que foi/e é vítima a mulher e as pessoas em geral; e o aumento ou a diminuição do nascimento de crianças, em várias partes do mundo; e os entraves atitudinais, de homens e mulheres, ano após ano? E o distanciamento das pessoas, com relação às outras, que muitas vezes dividem, ou deveriam dividir, o mesmo espaço físico (casa, apartamento, escola, academia, etc).
Nada muda, com isso?
Quer dizer: assunto novo, pauta recente e nós, atribulados com tantas questões, do mundo de hoje, estamos preparados, para mais essa? Ora, pais e professores, por exemplo, têm sido bombardeados com tanta coisa, que fica quase impossível responder. Logo, precisamos de mais informações, sobre o tema. Livros, entrevistas, filmes, documentários, seminários, etc., podem muito bem, nos subsidiar melhor.
E as escolas, grosso modo, estão prontas, para o debate, sobre o tema? Claro que não. Longe disso. Assim, as secretarias de Educação e Saúde (além de outras), estão sendo convocadas, para enfrentar o problema que, claro, não é de fácil solução!
Alias, as escolas têm outras demandas, já embarreiradas, que ainda estão por serem equacionadas, como o a falta de domínio do professor, com relação à informática e a inclusão escolar; esse último caso, por demais espinhoso!
João Teles de Aguiar é professor, historiador e integrante do Projeto Confraria de Leitura